Sem pretensão de ser uma política de longo prazo, o programa do desconto no carro zero de até R$ 120 mil cumpriu o papel de limpar parte dos pátios lotados das fábricas e concessionárias. O recurso disponibilizado pelo governo federal - R$ 800 milhões divididos em duas etapas - se esgotou rapidamente e não dá para ficar liberando mais ou impacta as contas públicas, o que compromete a inflação e o juro. A volta do carro popular, portanto, durou pouco.
As vendas, por sua vez, dispararam. As montadoras calculam que o desconto tenha sido usado em 150 mil veículos. Mas a cadeia automotiva seguirá patinando, ao menos, até o juro cair, o que deve começar em agosto lá no Banco Central ainda.
Várias fábricas ainda estão paradas, o que compromete o setor industrial todo. O ano bateu recorde de paralisações. Políticas de longo prazo para o transporte, de olho na mobilidade urbana e no meio ambiente, são importantes, mas o curto prazo também requer cuidado, pois é um setor que emprega muita gente.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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