As novas regras do Minha Casa Minha Vida estarão disponíveis a partir desta sexta-feira (7) para financiamentos imobiliários pela Caixa Econômica Federal (CEF). Aumentou o subsídio e reduziu o juro para famílias de baixa renda, além de ter sido elevado a R$ 350 mil o teto para o imóvel entrar no programa, medida importante pela elevação dos custos da construção. Confira abaixo trechos da entrevista do Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, com o diretor de Habitação e representante titular do sistema financeiro no Conselho Curador do FGTS, Rodrigo Wermelinger.
Tem recurso disponível?
Tem, são do FGTS. Aprovamos a previsão pelos próximos quatro anos.
Quando é revisada a taxa de juro do Minha Casa Minha Vida?
Não há uma periodicidade definida. Nesta nova roupagem do Minha Casa Minha Vida, se buscou atingir famílias com as menores faixas de renda, com redução do juro para renda de até R$ 2 mil, que passou da mínima de 4,50% para 4,25% no Sul. Parece pouco, mas permite que o cliente financie até R$ 5 mil a mais. É menos valor para dar de entrada.
Quem pode tomar financiamentos do programa?
Ser o primeiro imóvel é a primeira condição importante. A segunda é a renda bruta familiar não ultrapassar R$ 8 mil. A terceira é o imóvel ser até R$ 350 mil.
Tem limite de idade para o financiamento?
A sua idade mais o prazo do financiamento não pode passar de 80 anos e cinco meses.
Qual é o caminho?
Procurar o simulador da Caixa e ir brincando com os números para saber quanto pode financiar, o valor máximo de pagamento e o do imóvel. No site, na área de "Habitação", clica em "Simulação". Depois, basta procurar uma imobiliária, um corretor ou uma construtora, porque o Minha Casa Minha Vida financia tanto imóveis novos quanto usados, a construção e a compra de terreno.
Para os demais financiamentos, fora do MCMV, há recursos para novos contratos e previsão de cair o juro com o corte da Selic pelo Banco Central?
Aí, são recursos da poupança, que chamamos de SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo). A Caixa é líder de mercado. Hoje, com Selic de 13,75%, o juro da Caixa está pouco acima de 9%. O esforço atrai clientes. Às vezes, nossa capacidade se esgota e precisamos colocar mais orçamento. Pode haver uma espera de até duas semanas, mas estamos contratando normalmente nas agências.
O financiamento é de 100% do valor do imóvel?
O Banco Central não permite. O financiamento vai até 90% do imóvel novo e até 80% nas demais modalidades. Mas, nas operações com FGTS, há um desconto com o qual se tem praticamente 100% do valor do imóvel financiado.
Consumidores reclamam de venda casada. O que pode ser exigido para aprovação?
Não é obrigatória compra de produtos, mas trabalhamos com taxas de juros diferenciadas conforme o nível de relacionamento do cliente. No Minha Casa Minha Vida, a taxa é igual. Nas demais operações, temos três níveis. Quem quiser financiar sem adquirir produto, tem uma. Conforme você tem relacionamento, como uma conta-salário, tem taxa ainda melhor.
O comprometimento de renda tem limite?
Tem, não podemos financiar acima de 30%.
Como trabalhador informal comprova a renda?
Há vários meios, do Imposto de Renda à movimentação financeira, como despesa de cartão de crédito, extratos bancários ou contas.
O presidente Lula falou em ampliar o Minha Casa Minha Vida para a classe média, para famílias com renda de até R$ 12 mil. Já tem algo?
Ainda está no âmbito do governo, mas destaco que existe uma modalidade dentro do FGTS chamada "Pró-cotista", na qual todo mundo com conta vinculada, ou seja, recolhe ali e tem essa conta do FGTS, pode adquirir, independentemente da renda, imóveis até R$ 1,5 milhão, com juro a partir de 8.66%, ou seja, bem abaixo da taxa de mercado.
Com a previsão de cair a Selic, tem como revisar a taxa do financiamento?
Não, não repactuamos taxas vigentes.
Ouça a entrevista na íntegra:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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