"O ovo está pela hora da morte", escrevem alguns leitores da coluna. Realmente, está difícil encontrar a unidade a menos de R$ 1. O ovo, aliás, foi a principal pressão de abril sobre a inflação da região metropolitana de Porto Alegre, calculada pelo Centro de Pesquisas Econômicas da UFRGS. No mês, a alta foi de 6,87%. De janeiro a abril de 2023, a elevação é de 12,69%. Considerando o acumulado de 12 meses, o ovo de galinha ficou quase 27% mais caro para o consumidor gaúcho, aponta o IBGE. É mais do que seis vezes a inflação do período.
Mas qual o motivo? Há vários. O primeiro foi o alto custo dos insumos, especialmente do milho, que disparou no auge da pandemia e com a guerra. Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin diz que a galinha é "milho com asa" de tanto que come. Agora, a cotação do grão está recuando, o que pode aliviar o preço da carne de frango e do ovo.
Por outro lado, a influenza aviária em vários países, como Estados Unidos, levou ao abate de aves e elevou as exportações do ovo brasileiro. Presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo Santos conta que até a Argentina, grande produtora, está querendo comprar ovo daqui. Já Santin conta que o Brasil está vendendo até para Taiwan.
Há, ainda, outros fatores. O diesel era um custo em alta, mas agora está caindo. Para fechar, tem o comportamento do consumidor. Quando as carnes ficam caras ou o orçamento está apertado, as famílias vão migrando de proteína e o ovo é bem recebido na mesa.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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