Marca de calçados de Nova York criada no auge da pandemia, a Larroudé está abrindo a sua primeira fábrica própria e ela fica no Rio Grande do Sul. A cidade de Sapiranga foi escolhida para a operação. Até então, os sapatos eram feitos por terceirizadas da cidade — que continuarão produzindo uma parte do total de pares.
— Começamos a trabalhar na região com fábricas que estavam obsoletas e sem pedidos na pandemia. Agora, fizemos essa unidade modelo, que fará toda a modelagem e parte de novos produtos. Vamos organizar fluxogramas e repassar às terceirizadas, que trabalharão com volumes maiores — explica Marina Larroudé, que toca o negócio com seu marido, Ricardo.
Os dois são brasileiros, mas moram em Nova York há 20 anos. Marina trabalhou no mercado editorial e de varejo, sempre ligada à moda. Já Ricardo atuava com administração e finanças. A ideia de criar uma marca de sapatos surgiu na pandemia:
— Estávamos em casa, os dois desempregados, com dois filhos pequenos em pleno lockdown, e resolvemos juntar forças e tomar rumo das nossas carreiras.
A oportunidade de Sapiranga surgiu em contato com o designer gaúcho Gabriel Bolzan Vargas, que entrou como um dos fundadores da empresa. De acordo com Marina, decidiram por produzir aqui quando viram que a qualidade era semelhante a dos calçados europeus. Isso pesou porque a marca se classifica como "de luxo acessível", ou seja, com boa qualidade, mas preços não tão altos.
— Se a qualidade não fosse importante, honestamente, não estaríamos fabricando aqui. Descobrimos fábricas que fazem um produto comparado ao italiano. É um orgulho, porque juntamos a demanda norte-americana com produção nacional, podendo gerar esses empregos aqui no nosso país natal — fala Marina.
A marca já emprega 30 funcionários na região. Com a nova fábrica, outras 20 pessoas serão contratadas. A expectativa também é aumentar o número de trabalhadores ao passo que a operação for crescendo. Atualmente, são enviados de 10 a 15 mil pares por mês aos Estados Unidos. Desde a criação da empresa, há 2,5 anos, já venderam 150 mil calçados.
— Estamos comprometidos com o Rio Grande do Sul. Vemos capacidade, volume e queremos pegar o melhor que tem aqui — finaliza Ricardo, que, apesar de não abrir o valor do investimento, diz que fica na casa "dos milhões".
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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