Não foi só o crédito para o varejo que o escândalo financeiro da Americanas prejudicou. A indústria também está sentindo o recuo do sistema financeiro, disse à coluna presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Petry, em visita à Expodireto, em Não-Me-Toque. Um dos principais assuntos da feira têm sido os financiamentos, que estão mais restritos, caros e com dificuldade de pagamento por parte do produtor que encara a terceira estiagem em quatro anos.
- Com o problema das Americanas, o setor bancário sentou para trás. Os bancos têm que se precaver, preservar seus caixas, sua disponibilidade. Então, precisam olhar com muita mais atenção onde os créditos são concedidos. O industrial está tendo que usar muito capital próprio. Para manter o giro, é bom. Para investimento, não é muito recomendado - detalhou Petry.
O problema na Americanas estourou quando foi divulgado um rombo contábil de R$ 20 bilhões. A rede de varejo entrou em recuperação judicial com dívidas de R$ 43 bilhões. O tamanho do problema, que passou por executivos e pela auditoria PwC, gera uma crise de credibilidade chamada no mercado de "Efeito Americanas". Lembrando que o risco de inadimplência pesa na definição da taxa de juro e até no veto à liberação do crédito.
Ouça a entrevista com o presidente da Fiergs, Gilberto Petry, na Expodireto:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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