O campo está cheio de empregos, garantiu o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS), Eduardo Condorelli, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, na Expodireto, em Não-Me-Toque. Os salários partem de R$ 2 mil para funções iniciais e podem chegar a R$ 10 mil para quem tem nível superior. Outras boas notícias é que há cursos gratuitos e que pessoas da "cidade grande" são muito bem-vindas. No Interior, o custo de vida é menor e, muitas vezes, há moradia nas fazendas.
Tem gente da cidade indo para o campo?
Na medida que avançamos na capacidade de produção no Rio Grande do Sul, vamos gerando oportunidades de emprego no meio rural, desconhecidas pelo meio urbano. Temos uma carência enorme de profissionais. Não estou falando apenas de agrônomos, veterinários, zootecnistas; falo de pessoas que se dedicam a tarefas mais comuns, como operar máquinas agrícolas e a lida com os animais. Não vivemos mais o tempo do Jeca Tatu (personagem caipira de Monteiro Lobato). Hoje, para estar no campo, é necessário se preparar, buscar conhecimento.
Qual é a remuneração?
É muito raro alguém estar com um salário menor do que R$ 2 mil, R$ 2,5 mil por mês. Pode chegar aos R$ 5 mil, R$ 6 mil para operadores de máquinas. A escolaridade até não é o maior problema. O maior problema é que a pessoa busque aprender a lidar com máquinas, que não é muito diferente de um telefone celular. E quando falamos de técnicos de nível superior, veterinários, o salário já passa para os R$ 9 mil, R$ 10 mil.
E há um custo de vida menor?
Chega a ser quase zerado em alguns casos. Trabalhadores jovens e solteiros acabam morando na propriedade rural, com alimentação, alojamento, água, luz, televisão. Vemos jovens voltando porque enxergam a possibilidade de sentar em um trator com ar condicionado, com banco, com suspensão pneumática, mais confortáveis do que uma caminhonete.
Onde buscar?
Você pode procurar qualquer sindicato rural no interior, qualquer cooperativa e dizer que quer se empregar em uma propriedade rural. Acho que não leva mais que 10 minutos para aparecer a possibilidade de um emprego.
Como se preparar?
Em primeiro lugar, a pessoa tem que conhecer um pouco mais do que é a vida no interior do Estado. Não vai encontrar shopping, cinema e restaurantes maravilhosos. Mas hoje temos tecnologia. E tem a questão de comportamento, do jeito da pessoa, acaba sendo importante porque convive com as famílias dentro da propriedade rural.
O Senar tem cursos?
Temos mais de 170 tipos de cursos, com 450 instrutores. Nós ainda conseguimos, diferentemente da maioria dos nossos coirmãos do sistema S, fazer o custeio das nossas ações 100% com o dinheiro pago pelos produtores rurais na contribuição compulsória, com o imposto. Então, efetivamente, todos que nos procurarem não pagarão nada para estarem nos cursos do Senar. Não estamos dando um curso, estamos devolvendo um dinheiro pago pela sociedade que serve efetivamente para isso. A nossa missão é essa: qualificar as pessoas do meio rural. A lista dos cursos está no nosso site.
Ouça a entrevista na íntegra:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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