Como tradicionalmente ocorre, a alta do diesel elevará o frete. Vice-presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística do Rio Grande do Sul (Setcergs), Diego Tomasi fala em 10% de elevação média, o que já considera a redução de R$ 0,17 prevista pela Petrobras a partir do último corte feito no preço do combustível na refinaria. Lembrando que não há tabelamento setorial do frete. Cada transportadora define os valores com os clientes.
O aumento ocorrerá pela mudança na cobrança do ICMS, que terá um valor único para o país e não mais um percentual diferente aplicado em cima de um valor também diferente por Estado. Só que, aqui no Rio Grande do Sul, isso elevará em 80% o imposto a ser recolhido por litro do diesel. A mesma mudança valerá para o gás de cozinha, como a coluna vem alertando há semanas. Em tempo, os governos costuram acordo para que a alteração seja feita também para a gasolina, o que tende a aumentar o tributo a ser pago, mesmo sem alteração de alíquota, como o governador Eduardo Leite disse em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.
O diretor do Setcergs Vinicius Reiter Pilz acrescenta ainda que o aumento de 10% para 12% do biodiesel no diesel é outra pressão, pois o biocombustível, apesar de ser renovável, é mais caro. Aliás, o assunto, recentemente, foi motivo de polêmica. Em nota, a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) disse que o biodiesel rendia menos, exigindo mais consumo, o que aumentava a poluição. Em entrevista à Gaúcha, o presidente da BSBios e maior produtor de biodiesel do país, Erasmo Batistella, rebateu, dizendo que a declaração era como a de um piloto de avião com bússola quebrada.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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