A decisão de prorrogar (ou não) a isenção de tributos federais sobre gasolina e etanol deve sair ainda nesta segunda-feira (27). O cálculo da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) é de que a reoneração aumentará em R$ 0,69 o litro da gasolina. Presidente da entidade, Sergio Araujo entende, porém, que o governo tem que garantir arrecadação, e defende que seja feita uma retomada gradual. Leia trechos da entrevista que ele deu ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, e ouça-a na íntegra no final da coluna.
Qual a posição da entidade sobre a volta dos tributos?
É uma decisão que impacta consumidores e a cadeia de suprimento da gasolina. Deveria ter ocorrido há mais tempo. Ela é difícil, mas precisa ser tomada. Se por um lado é ruim porque pesa no bolso do consumidor e aumenta a inflação, por outro, existe a necessidade da recomposição do orçamento do governo.
Qual o impacto nos importadores?
Em termos de custo, é indiferente, porque esses impostos federais incidem tanto para os produtos importados quanto para os nacionais. No entanto, olhando a conjuntura como um todo, acho que uma retomada gradual seria melhor absorvida pelo consumidor.
Há outras influências sobre o preço dos combustíveis, como petróleo e dólar, além da política da Petrobras. Qual a expectativa da Abicom para elas?
No início da semana passada, há um espaço de R$ 0,20 para a Petrobras reduzir esse preço. Hoje, olhando para o mercado internacional, a tendência é de uma elevação da gasolina. Os produtos vão chegar no Brasil em abril pelo menos 10% acima do valor que chegariam na semana passada. Ou seja, a Petrobras poderia oferecer uma redução de R$ 0,20 por litro, mas com forte tendência de, nas próximas semanas, precisar recompor esse preço.
Qual a tendência para o diesel, que segue com impostos zerados até o final do ano?
O preço no mercado internacional está com volatilidade alta. A tendência é de um aumento, o que pressiona o diesel no Brasil. Com a guerra, o diesel subiu muito mais do que o petróleo. Há discussão sobre o teor de biodiesel no diesel, que hoje está limitado aos 10%. É um assunto que será bastante debatido, já que o preço do biodiesel é maior do que o do diesel. Além disso, usuários têm colocado que, quando o teor é superior a 10%, começam a surgir problemas de qualidade.
Colaborou Vitor Netto
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Colaborou Vitor Netto
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br) Leia aqui outras notícias da coluna