Black Friday é o Natal do comércio eletrônico. Por outro lado, o varejo físico tenta surfar na onda. Enquanto isso, o momento econômico gera dúvidas sobre a esperada recuperação do consumo na finaleira do ano após um terceiro trimestre fraco de vendas. O podcast Nossa Economia, de GZH, entrevistou Maurício Cascão, CEO da Mosaico, grupo dono do Buscapé e do Zoom. Confira trechos abaixo e o áudio na íntegra no final da coluna:
O período eleitoral tenso e a inflação estão retraindo o consumidor?
Percebemos, sim. E já é natural nesse período. O mercado do varejo é muito cíclico. Como se sabe que novembro tem Black Friday, outubro é mês de pesquisa. Dezembro é mês quente, porque tem o Natal, e janeiro tem saldão. Então, o "último trimestre do ano" para o varejo costuma ser novembro, dezembro e janeiro. Nós temos 300 milhões de ofertas na plataforma em 1,5 mil categorias de produtos. Comparamos a primeira quinzena de novembro com outubro. No ano passado, tivemos aumento de 65% nas buscas. Neste ano, incremento de 85%. Mas nem sempre a pesquisa converte em compra. Às vezes, é o contrário. Acho que as pessoas estão buscando mais para realizá-la. Temos o alerta de preço para a pessoa cadastrar quanto quer pagar e ele está sendo mais usado neste ano.
Como está a participação do e-commerce na venda?
A pandemia deu um grande empurrão no comércio eletrônico no mundo inteiro. A taxa de penetração chegou a 20% do total do que é transacionado no varejo. Estamos hoje entre 15% e 20%, varia mês a mês. O eletroeletrônico já era representativo, mas vestuário veio muito forte. Você pede e as coisas são entregues em casa. O frete gratuito é um grande apelo.
A ferramenta que eu mais uso no Zoom é o histórico de preços. Alguns subiram bastante em outubro. Era alta esperada ou para baixar e anunciar promoção na Black Friday?
Damos os preços dos últimos 40 dias e dos últimos seis meses. Eu diria que é natural do varejo que o preço oscile ao longo do mês. Esse é o jogo. O varejo trabalha a compra de impulso. Sempre tem uma data de vendas. Quando não tem, a empresa faz o aniversário da loja para criar um momento de consumo. Não há dúvida que novembro tem preços muito competitivos. Mas tem inflação, acaba reajustando preço.
O que chama a atenção no consumidor do Sul?
O modelo de celular que você pesquisa no Sul tem a média um pouco mais alta do que o buscado no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Tem outra característica interessante: ar-condicionado é muito buscado no Brasil inteiro, mas o dual split, que tem o modelo quente e frio, com certeza é muito mais buscado no sul do país do que no Norte e no Nordeste.
Como será a vitrine personalizada que estão criando?
Ela se chama "Explore". É uma experiência de navegação muito parecida com aquilo que você tem no Instagram, onde você fica só rolando para baixo e o algoritmo traz coisas que ele entende que são interessantes para o seu perfil. Quanto mais você compra ou interage com ela, mais saberemos o seu tipo de produto. A ideia é impactar com as ofertas quentes do momento.
Ouça a entrevista na íntegra:
Soundcloud:
Spotify:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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