Empresa de tecnologia no ramo automotivo com sede em Porto Alegre e uma unidade na Georgia, nos Estados Unidos, a FuelTech está de mudança. A empresa sairá da sua unidade na Avenida Bahia para uma área três vezes maior na Avenida Das Indústrias. O novo endereço fica no prédio onde era a sede da DHB, fabricante de peças automotivas que entrou em falência em 2018.
— A Dallasanta comprou, que é uma empresa do ramo imobiliário, e fizemos uma parceria com eles, um contrato de locação de 10 anos, inicialmente, onde eles estão entrando com a revitalização do prédio — explica o CEO da FuelTech, Leonardo Fontolan.
Além do aporte da Dallasanta com o prédio, a própria FuelTech está investindo R$ 10 milhões na expansão. De acordo com Fontolan, a cada 10 anos a empresa faz uma mudança de sede física. Agora em 2023, fará seu 20º aniversário — ou seja, irá para a terceira localização no Brasil.
O novo espaço atenderá o aumento na produção e também a ampliação da equipe de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, um dos principais braços da companhia. O CEO explica que, durante a pandemia, a empresa quase dobrou o número de funcionários no país — passou de 90 para 170, e que a ideia é continuar contratando.
— Por mais que algumas pessoas já trabalhem remotamente, a gente ainda tem a necessidade de um espaço físico maior pra comportar não só o pessoal de desenvolvimento e áreas de apoio, mas também para propiciar um aumento de capacidade produtiva.
A FuelTech desenvolve controladores eletrônicos para gerenciar veículos de alta performance. O principal segmento da empresa é a competição, como sistema de quilômetro de arrancada e circuito. Atua também com veículos de rua que querem ter aumento de performance, ou carros antigos, modificados, que precisam de um componente eletrônico para aumentar a potência.
Já a DHB, cujo prédio será assumido pela Fueltech, teve falência decretada em 2018. No início de 2019, houve também a falência da controladora, e no final do mesmo ano, o leilão que vendeu a estrutura assumida agora pela Dallasanta. Na ocasião, foi divulgado que o prédio, avaliado em R$ 17 milhões, foi arrematado por R$ 11,55 milhões. Leia mais: Leilão de bens da DHB arrecada quase R$ 14 milhões para pagar credores da falência
Veja mais da entrevista com Leonardo Fontolan:
A ampliação ocorre por exigência de mercado?
A empresa vai fazer 20 anos em abril de 2023. A cada 10 anos a gente está com um ciclo interessante de mudança da sede física, então essa vai ser a nossa terceira localização aqui no Brasil. Durante a pandemia, a gente teve um crescimento bem expressivo. Quando começou a pandemia, estávamos com 90 funcionários. A sede atual era menor, também, na faixa de 1,5 mil metros quadrados. Daí ampliamos, pegando alguns pavilhões próximos ao nosso prédio. E hoje estamos atualizando com uma sede na Avenida das Indústrias, que vai para 7,5 mil metros quadrados.
Vocês já têm encomendas para essa produção ou ainda é um potencial?
A gente já tem a necessidade de uma área maior, muito vinculado ao processo produtivo, efetivamente. E também ampliação de P&D, a parte de pesquisa e desenvolvimento. Hoje o principal do nosso negócio é o desenvolvimento de tecnologia. Por mais que algumas pessoas já trabalhem remotamente, a gente ainda tem a necessidade de um espaço físico maior pra comportar não só o pessoal de desenvolvimento e áreas de apoio, mas também para propiciar um aumento de capacidade produtiva.
Vocês vão aumentar o número de funcionários? Há um investimento grande em pesquisa e desenvolvimento.
Essa parte de pesquisa e desenvolvimento é o centro do nosso negócio, a gente investe muito nisso. A ideia é continuar contratando, expandindo área de desenvolvimento, área de produção e, consequentemente, as áreas de apoio vêm junto.
Qual o investimento que vocês estão fazendo na ampliação?
Sim, bastante grande, na verdade. Próximo de R$ 10 milhões. Até maior do que o aporte da Dallasanta. Eles tinham combinado em contrato e acabaram tendo que investir um pouco mais pelas condições que o prédio se encontrava. E eles estão entregando o pavilhão de uma forma habitável, porém nós vamos entrar com a construção de um mezanino de mais de 1 mil metros quadrados para ter um aumento de área já previsto. Vamos reformar a parte de piso, mobiliário, máquinas para produção. Aí o nosso investimento vai ficar 50% maior do que o da própria Dallasanta.
Estão seguindo o mercado ou na contramão?
Acredito que estamos na contramão. Na pandemia, teve um aumento de demanda com as pessoas em casa fazendo seus projetos. Mas, em 19 anos, sempre crescemos acima de dois dígitos todos os anos. No nosso "pior" ano, foi 15%. Na pandemia, chegamos a 69%. Seguimos nesse ritmo. Estamos vendo um movimento não muito favorável na macroeconomia, mas acredito que, trabalhando e se esforçando, temos espaço para continuar crescendo, sem depender tanto de mercado ou de governo.
Ouça a entrevista na íntegra:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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