Mais uma tentativa está sendo feita para sensibilizar o governo do Estado para a dragagem de hidrovias. E, novamente, é encabeçada por Wilen Manteli, diretor-presidente da Associação de Hidrovias do Rio Grande do Sul (HidroviasRS). Ele buscou apoio de entidades empresariais e enviou ao governador Ranolfo Vieira Júnior uma carta na qual solicita "providências urgentes" na Lagoa dos Patos, Canal do Furadinho, Saco do Cabral, rios Taquari e Jacuí e na foz dos rios dos Sinos, Caí e Gravataí. Segundo o documento, a ação é necessária para abastecer indústrias instaladas na Região Metropolitana e no porto de Porto Alegre.
- Estão amargando prejuízos. O pedido de urgência se deve à proximidade do verão, que agrava a situação para a passagem de embarcações - diz Manteli.
Outro pedido é a definição quanto à responsabilidade pela administração e manutenção das 55 travessias aquaviárias do Estado. Segundo Manteli, só do ano passado para cá, a passagem de embarcações caiu de mais de 200 para cerca de 70.
- Precisa de uma dragagem permanente, ou seja, fazer buraco para o navio não encalhar. Comandantes internacionais têm se negado a passar pelas hidrovias gaúchas de Pelotas para cá. O navio encalha e tem que dar força no motor.
A estimativa de Manteli é de que o custo seja de R$ 60 milhões para dragar 1,3 milhão de metros cúbicos. Em comparação a investimentos rodoviários, não é um valor alto, sendo uma alternativa mais sustentável e barata de logística, além, claro, de ser complementar, desafogando estradas.
- Desobstrui 300 quilômetros da "estrada de água" - diz o empresário.
Segundo ele, a PortosRS respondeu que não tem recurso. Já a Secretaria Estadual de Logística e de Transportes informou ter, mas que depende do apoio do governador. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, Manteli informou que Ranolfo determinou os trabalhos iniciais, o que inclui definir qual tipo de licitação.
- Há 60 anos, tínhamos 1,2 mil quilômetros navegáveis. Hoje, temos 700 quilômetros apenas, por deixarmos de fazer a manutenção - conta Manteli.
Fertilizantes, produtos petroquímicos e celulose estão entre os que mais usam hidrovias hoje no Estado. O empresário defende parcerias com a iniciativa privada, como por meio de concessões, com a cobrança de uma taxa para navegar. Secretário Estadual de Desenvolvimento Econômico, Joel Maraschin já disse à coluna estar elaborando uma minuta de um programa para dar incentivo de ICMS para que empresas invistam em hidrovias.
Ouça a entrevista na íntegra:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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