Um condomínio residencial de Caxias do Sul terá um sistema diferente de geração de energia solar. As placas fotovoltaicas serão verticais, instaladas na fachada do edifício e substituindo materiais de revestimento, como vidros ou mármores. É uma alternativa aos painéis que são colocados nos telhados ou em estruturas no chão, que tanto vêm ganhando espaço em residências e negócios nos últimos anos.
As placas são chamadas, no mercado, de BIPV (Building Integrated PhotoVoltaics, ou seja, Painéis Solares Integrados à Construção). São feitas pela empresa Kromatix, da Suíça. Há diversas opções de cores, para se adequar ao projeto. A tecnologia prevê que elas fiquem na vertical e absorvam a maior quantidade de energia possível.
— Tem capacidade menor de produção de energia, é menos potente, mas porque tem áreas menores de captação. Ainda assim, traz um novo conceito, que é integrar o fotovoltaico à edificação sem afetar a estética — esclarece Tiago Grazziani Fernandes, diretor comercial da Yes Energia Solar, que fará a instalação.
Cada peça consegue gerar 150 watts de energia. Por ter uma instalação mais complexa, a ideia precisa nascer junto com o projeto arquitetônico, para prever a infraestrutura elétrica necessária.
— Falamos para os arquitetos que queríamos fazer algo inovador, e eles, ao verem que o empreendimento é virado para o norte, com muita luz do sol, trouxeram a ideia — lembra Ana Lúcia Sebben, diretora da Construesse, incorporadora responsável.
A estimativa é de que a produção de energia neste prédio compensará uma conta de R$ 2,5 mil, o que tende a ser todo o consumo comum do condomínio.
— Sozinho, o sistema não garantiria o payback (retorno do investimento), mas a gente analisa a substituição de outros materiais, como o mármore, que tem um orçamento que pode chegar a R$ 400 mil — diz Fernandes, para destacar que, como o sistema custou R$ 500 mil, o aporte financeiro é mais rapidamente recuperado.
A tecnologia ainda é nova e há poucos projetos pelo Brasil, diz a empresa. O de Caxias do Sul se chama Bosco Esposizione e foi lançado ainda no ano passado. Ele terá 19 apartamentos, com 13 pavimentos. As obras estão gerando 50 empregos. O Valor Geral de Vendas (VGV) é de R$ 30 milhões, mas o investimento não foi informado à coluna.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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