A Expointer de 2022 acabou, mas segue o que inquietou quem foi fechar negócios: o juro alto. Nos cinco dias em que a coluna esteve na feira, a pergunta que mais escutou nos bastidores foi: "quando cai a Selic?" A taxa referência na economia é definida pelo Banco Central a cada 45 dias e deixa o crédito mais caro.
A expectativa é de que o Comitê de Política Monetária pare de elevá-la na próxima reunião, mantendo em 13,75% e encerrado o ciclo restritivo de crédito iniciado em março de 2021 para combater a alta da inflação, quando estava em 2%. Nesta semana, o presidente do Banco Central, Roberto Campo Neto, disse que ainda não vislumbra corte de juro porque a batalha contra a inflação não está ganha. Porém, as apostas são para 2023.
Veja o que projetaram à coluna economistas que também enviam suas previsões periodicamente ao Banco Central para elaboração do relatório Focus:
Economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz:
"É sempre bom lembrar: o Banco Central no Brasil é autônomo e o juro foi corretamente aumentado. Não adianta ter juro baixo e inflação alta, que come o poder de compra da moeda e das pessoas. Então, tem que combater a inflação para o bem de todos e isso se faz com elevação de juros. Só que o crédito fica mais caro, inclusive para os produtores rurais. Se eu fosse votar na próxima reunião do Copom agora em setembro, eu votaria pela manutenção, assim como teria votado para subir até 13,75%. Eu acredito que, no segundo trimestre do ano que vem, a gente começa a ter redução."
Economista da Quantitas Asset, Ivo Chermont:
"Temos os 13,75% como fim do ciclo de alta. Achávamos que o Banco Central poderia dar o último 0,25 ponto percentual agora, mas os dados estão saindo e as autoridades monetárias parecem bem convictas da manutenção. A probabilidade ainda está nos 30% para mim, mas o cenário base é de manutenção. A primeira queda da Selic seria em setembro 2023, com um corte de 0,5 ponto percentual. O próximo ciclo deveria ir até a taxa de juros neutra (7%-7,5%), mas é muito difícil precisar com tanta antecedência. Temos 'só' um ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos, uma eleição e uma guerra. Faz sentido a preocupação do agronegócio, é uma variável chave para todos."
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna
Experimente um jeito mais prático de se informar: tenha o aplicativo de GZH no seu celular. Com ele, você vai ter acesso rápido a todos os nossos conteúdos sempre que quiser. É simples e super intuitivo, do jeito que você gosta.
Baixe grátis na loja de aplicativos do seu aparelho: App Store para modelos iOS e Google Play para modelos Android.