Correção: diferente do que a coluna noticiou até dia 5 de agosto, o crescimento do setor não foi de 288% nos últimos seis anos. Esse crescimento foi apenas de abertura de lojas. É preciso também considerar os fechamentos. Nesse caso, 233 fecharam em 2016, e 1.702 fecharam em 2021 — puxadas principalmente pelo primeiro semestre. Ou seja, um aumento de 630% em número de lojas fechadas. O texto foi alterado.
Uma pesquisa enviada à coluna pela empresa de análise de dados DataHub mostra que, nos primeiros seis meses do ano, 944 negócios do setor de higiene e embelezamento de animais domésticos — o conhecido mercado pet — foram abertos no Estado. É um crescimento frente às 918 pet shops abertas no primeiro semestre de 2021. O número de fechamentos, no mesmo período, foi de 738.
— No Rio Grande do Sul, a abertura de lojas desse segmento em 2021 foi 288% maior do que em 2016. Muita gente viu como oportunidade de trocar de emprego, de ramo. O serviço da tecnologia também impulsionou, já que teve muita gente divulgando por redes sociais. E muitos pet shops passaram a fornecer serviços em casa. — analisa Jhon Macario, da equipe de inteligência de negócio da DataHub, em entrevista ao programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha).
Atualmente, são mais de 9 mil negócios da área no Rio Grande do Sul, e 64% deles se enquadram como Microempreendedores Individuais, os MEIs. Há um entendimento de que, na pandemia, pessoas que foram demitidas ou pararam de trabalhar viram no "mundo pet" uma maneira de continuar tendo um rendimento.
— É o que explica, por outro lado, o fechamento forte de empresas que teve entre 2020 e 2021. Os MEIs são muito suscetíveis a mudanças econômicas. Nesse período de pandemia, a gente sentiu bastante a variação. O setor de serviços, quando tem esse tipo de crise, é o primeiro a sentir o impacto. Em 2020 deu para segurar um pouco, mas na transição, tivemos um fechamento, por ser o período que a gente sofreu mais na pandemia.
Para se ter uma ideia, considerando quantas lojas foram fechadas em 2016 e quantas fecharam em 2021, o crescimento é ainda maior, percentualmente, do que as aberturas. Subiu 630%. O principal motivo foi o primeiro semestre de 2021.
— Nos primeiros meses de 2021 a gente tem a maior distorção da pandemia. Em fevereiro e março, foram 1.072 fechamentos contra 288 aberturas. Depois, em todos outros meses, a gente volta a ver uma tendência de mais aberturas do que fechamentos.
Veja abaixo a pesquisa com número de aberturas e fechamentos de unidades nos últimos seis anos:
Na região Sul, a cidade que mais abriu lojas para animais de estimação foi Curitiba, seguida, de perto, por Porto Alegre, com 356 inaugurações em 2021. Em quarto lugar, atrás de Florianópolis, está outra cidade gaúcha: Caxias do Sul. No "Top 10", há também destaque para Canoas e Pelotas.
A coluna quis entender esse movimento de abertura de lojas do setor também com o Instituto Pet Brasil (IPB), que busca estimular o desenvolvimento desse mercado no país. Nelo Marraccini, presidente do conselho consultivo da entidade, atribui, entre outros motivos para o crescimento, o momento das pessoas em casa.
— Muita gente queria ter algum animal de estimação, mas não conseguia porque passava o dia inteiro no escritório, ou fora de casa. Com a pandemia, isso mudou. As pessoas ficaram em casa, começaram a viver mais naquele espaço, e então, começaram a colocar na prática o projeto de ter um pet. Aquelas que ficaram sozinhas, também, viram nos animais uma maneira de ajudar a própria saúde mental. Isso fez com que projetos acelerassem.
O IPB também desenvolveu um estudo sobre faturamento do setor. De acordo com eles, a estimativa é que o mercado brasileiro cresça, em 2022, 14%, atingindo um faturamento de R$ 58,9 bilhões. Em 2021, o faturamento consolidado do setor foi de R$ 51,7 bilhões.
Para quem está começando agora, Jhon Macario dá algumas dicas:
— Conhecer seu mercado, seu nicho, a concorrência. Ter percepção dp que entrega de diferencial. Outro fator é apostar em rede social, tecnologia e automatizar serviço. E pensar sempre na qualidade — finaliza.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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