O comércio eletrônico no Rio Grande do Sul cresceu nos seis primeiros meses do ano, tanto em número de pedidos como em faturamento, mas vem perdendo a força nos últimos meses. Em faturamento, o aumento foi de 7,4% em relação ao primeiro semestre do ano passado. Já o número de pedidos foi de 10,2 milhões, 11% a mais do que em 2021. O crescimento, porém, é puxado, especialmente, pelos meses de janeiro e de fevereiro. A partir de março, há uma desaceleração forte. Inclusive, nos meses de abril e de junho, a variação, comparando com os mesmos meses de 2021, chegam a ser negativas.
— O público continua no e-commerce, mas a gente entende que não vai continuar a crescer nessa taxa que vimos em janeiro e em fevereiro. O crescimento será parecido com o que era antes da pandemia — comenta Paulina Dias, diretora de Inteligência da Neotrust, em entrevista ao programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha).
De acordo com a diretora, entre os motivos para a desaceleração estão os investimentos das lojas físicas para atrair o público. Investimento que não vem só do ponto comercial em si, mas no caso dos shoppings, também dos próprios centros de compra.
— Para o empreendimento, é importante que o consumidor esteja fisicamente porque ele também usa serviço. Vai usar estacionamento, praça de alimentação, entretenimento. O e-commerce está muito forte, mas tem um movimento forte para atrair a pessoa para loja.
Outro motivo, claro, é o aperto da renda do consumidor. A inflação roda os dois dígitos há quase um ano. Isso acaba comprometendo o poder de compra do cliente. Outro reflexo disso é que o tíquete médio tem caído, apesar do aumento dos pedidos. Em junho, por exemplo, cada usuário gaúcho que comprou, gastou, em média, R$ 420,6. É um valor 3,7% menor do que em junho do ano passado.
A Neotrust também divulgou os dados nacionais. Olhando só para o segundo trimestre, que vai entre abril e junho, sem considerar os meses de janeiro e fevereiro, que ainda tiveram altas expressivas, o comércio eletrônico no Brasil teve faturamento de R$ 38,4 bilhões, queda de 3,2% em relação ao segundo trimestre de 2021. Ainda de acordo com a pesquisa, o varejo digital contou com 37 milhões de clientes únicos, uma redução de 1,4 milhão se comparado a 2021.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna
Experimente um jeito mais prático de se informar: tenha o aplicativo de GZH no seu celular. Com ele, você vai ter acesso rápido a todos os nossos conteúdos sempre que quiser. É simples e super intuitivo, do jeito que você gosta.
Baixe grátis na loja de aplicativos do seu aparelho: App Store para modelos iOS e Google Play para modelos Android.