O que está acontecendo com os índices que reajustam o aluguel? Na pandemia, o aumento chegou a 37% para contratos com o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Naquela ocasião, além de influenciado pelo dólar, o indicador foi pressionado por commodities, como minério de ferro e soja. Agora, o índice está com altas menores, acumulando 10,72% em 12 meses.
A questão que inquieta os inquilinos é que ele está menor do que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, que é calculado pelo IBGE e tem subido, ficando em 11,72% no acumulado de um ano. Muitos locatários negociaram a troca do IGP-M pelo IPCA e, agora, querem saber se devem pedir nova alteração.
Não, não devem. O IGP-M já está até subindo de novo, pressionado pelo dólar e pelo petróleo. Além disso, é um índice muito volátil, que nem deveria ser usado para contas que pesam no orçamento das famílias. Até para tentar mudar a cultura de usar o IGP-M nos contratos, a FGV criou, recentemente, o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), que considera apenas reajustes de contratos de aluguel em vigor. Ainda é pouco usado e tem girado pelos dois dígitos também.
O ideal mesmo é que o consumidor escolha uma forma de reajuste que seja semelhante ao aumento da renda da casa. Se a família é assalariada e tem revisão anual pelo INPC, tente usar o indicador ou o IPCA, que tem variação parecida. Se são empreendedores, optem pelo mesmo parâmetro usado para reajustar os produtos ou serviços que vendem.
Assista o programa Seu Dinheiro Vale Mais, de GZH, sobre o assunto:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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