Não foi a primeira vez que o atual governo federal pediu congelamento de preços aos supermercados. A nova declaração foi dada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, no Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento, promovido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Ele estava acompanhado do presidente Jair Bolsonaro, que pediu que o setor reduzisse suas margens de lucro com produtos da cesta básica.
- A conversa é a seguinte: ICMS, IPI, nós reduzimos, então ao longo da cadeia, trégua. (...) Nova tabela de preços só em 2023. Trava os preços. Vamos parar de aumentar preços por dois ou três meses. Estamos em uma hora decisiva para o Brasil - disse Guedes.
As reações foram imediatas, das redes aos parlamentares. As críticas relembram de outros momentos históricos quando se congelou preços no Brasil para conter a inflação. Falaram em "fiscais do Bolsonaro", em alusão aos "fiscais do Sarney", que controlavam preços tabelados no Plano Cruzado, em 1986.
Se isso ocorreria agora, com inflação em torno de 12% ao ano? Muito improvável, mas a polêmica sempre é posta. Tradicionalmente, congelamento de preços provoca desabastecimento e represa aumentos que, depois, vêm com grande força, provocando repique inflacionário.
Em resposta, o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo, afirma que o setor já está reduzindo margens desde o início da pandemia e tem buscado alternativas de fornecedores. Ressalta que o controle inflacionário dos alimentos depende de uma série de fatores nacionais e internacionais, e que o setor supermercadista é um elo intermediário da cadeia do abastecimento. Aliás, a inflação desta vez é um problema mundial, agravado pelo descompasso provocado pela pandemia e, recentemente, pela guerra no leste europeu.
- As margens do setor estão nos níveis mais baixos dos últimos 20 anos, pressionadas não apenas pela inflação dos produtos, como também pelo aumento significativo da concorrência em diversas regiões do Estado.
Porém, Longo diz que o setor reforçará imediatamente as negociações com fornecedores e o incremento de promoções.
- Visando fazer sua parte para atingir uma redução nos preços ao consumidor final.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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