A inadimplência não para de subir. No Rio Grande do Sul, o dado da Serasa de fevereiro apontou 3.170.382 consumidores inadimplentes. Enviado à coluna, o número traz mais de 40 mil mais gaúchos com contas atrasadas do que no fechamento de 2021. São pessoas que estão com o "nome sujo", ou seja, negativadas no cadastro de inadimplentes da empresa. É mais de um terço da população adulta do Rio Grande do Sul.
O valor médio de cada uma das 10,6 milhões de dívidas fica em R$ 1.273. Cada pessoa deve, em média, R$ 4.269. Portanto, o total de contas a pagar soma R$ 13,535 bilhões. Lembrando que endividamento não é o mesmo que inadimplência, que ocorre quando a conta não é paga. Tradicionalmente, os gaúchos devem mais para bancos e cartões, seguidos por contas básicas.
A alta da inadimplência não é exclusividade do Rio Grande do Sul. A coluna já vinha alertando ao longo de 2021 que a alta da inflação - especialmente, de itens como conta de luz e combustíveis - afetaria a capacidade de pagamento das pessoas. O consumidor passou a fazer compras fixas no crédito, incluindo comida. Além disso, o juro subiu muito, deixando as dívidas ainda mais caras. A taxa anual do cartão de crédito já passou dos 350%.
Em 2020, ao contrário, a inadimplência recuou, apesar de ter sido o primeiro ano da pandemia, com restrições ainda maiores às atividades econômicas. Naquele ano, lembra o economista da Serasa, Luiz Rabi, as pessoas evitaram tomar dívidas, a inflação não foi alta e o juro ficou baixo, até mesmo como medida monetária de incentivo do Banco Central para amenizar a crise.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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