Já era pedra cantada que os financiamentos imobiliários sentiriam o que está acontecendo na economia: juro em alta, inflação que corrói a renda do comprador e disparada nos custos dos materiais de construção, entre outros fatores. No primeiro trimestre de 2022, foram vendidas 11.068 unidades no Rio Grande do Sul. É uma queda de 5,5% na comparação com o período de janeiro a março de 2021, quase 600 imóveis a menos vendidos.
O valor financiado até aumentou, mas porque os preços dos imóveis também subiram. A projeção é de que a alta deles supere a inflação em 2022, mesmo que o consumo recue. O motivo, claro, é o aumento de custos, tanto dos materiais quando dos demais insumos necessários, como energia e mão de obra. No trimestre, foram financiados R$ 2,442 bilhões no Estado, valor R$ 17 milhões acima do ano passado, para menos unidades.
Os dados são da Abecip, associação das instituições que oferecem essa modalidade de crédito. Presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins tem alertado que as famílias estão perdendo capacidade de compra de imóvel, primeiro pelo aumento do custo e depois pelos juros. Aliás, ele também costuma dizer que a venda do imóvel hoje é o emprego da construção de amanhã.
Diversas construtoras têm mudado projetos. A ideia é driblar custos para ter que fazer um repasse menor ao consumidor, conseguindo que a prestação do financiamento caiba no orçamento das famílias. Isso vai da redução do tamanho do imóvel até parcerias com empresas de móveis.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da colunista
Experimente um jeito mais prático de se informar: tenha o aplicativo GZH no seu celular. Com ele, você vai ter acesso rápido a todos os nossos conteúdos sempre que quiser. É simples e super intuitivo, do jeito que você gosta.
Baixe grátis na loja de aplicativos do seu aparelho: App Store para modelos iOS e Google Play para modelos Android.