Conhecida cafeteria e doceria de Porto Alegre, a Charlie Brownie vai fechar, nos próximos dias, a loja da Avenida Mariland, no bairro Auxiliadora. Foi a primeira operação da empresa, inaugurada em junho de 2014. A decisão veio a partir do momento em que a marca recebeu o comunicado de que a Uber Eats — principal parceira no delivery dos produtos — deixaria de operar no Brasil. O serviço já está fora do ar desde o início de março.
— Todos os movimentos que fizemos desde início de janeiro tem relação com o Uber. Lá em 2020, quando começou a pandemia, entramos nos aplicativos, e o Uber Eats acabou sendo o parceiro que mais entendeu as necessidades dos pequenos negócios. Durante 2020, o nosso principal canal de venda foi Uber Eats. Em 2021, quando abriu as lojas, baixou o movimento no aplicativo, mas continuou nos dando um faturamento significativo. Com o anúncio da saída deles do Brasil, tivemos que tomar atitudes imediatas, mas não gerou impacto econômico que precisávamos — explica Tiago Schmitz, dono da Charlie Brownie.
Com isso, uma das decisões foi fechar a primeira operação, na Avenida Mariland. Ela foi escolhida também pelo fato de estar muito próxima — cerca de duas quadras — de outra loja da marca, a Doceria do Charlie, que fica na Rua Fabrício Pilar.
— Foi o momento de entendermos a questão racional, por mais que tivesse o lado afetivo de ser a primeira loja da marca, o que fez ficássemos com ela aberta até hoje. Iremos manter ela até a próxima semana. Depois fecha e voltamos na Páscoa, para ser um espaço que nos dará suporte. Na sequência, iremos desmontar a loja — comenta.
Os sete empregos da operação serão remanejados para outras unidades. O mobiliário da loja será aproveitado para duas novas operações da Charlie Brownie na Capital: uma na Zona Sul e outra na Cidade Baixa. Ambas devem estar abertas até junho.
Novas lojas
A Charlie Brownie já estava com o desejo de abrir uma loja na Zona Sul desde o ano passado. Quando a coluna conversou com Schmitz pela última vez, em agosto, ele contou que estava com o projeto pronto, mas com dificuldade de encontrar o ponto. Agora, o local está praticamente definido e a marca está prestes a assinar o contrato para abertura da primeira operação no sul da Capital. Será uma unidade com atendimento no local e produtos para levar e terá cerca de 55 metros quadrados, incluindo a cozinha.
— O mobiliário vamos pegar na Mariland e colocar na unidade da Zona Sul. Nos parece bastante estratégico e racional tirar uma operação que fica a duas quadras da outra e levar para uma região que é carente do meu produto. É isso que estamos fazendo — conta.
A nova operação deve abrir entre maio e junho. Como o contrato ainda não foi assinado, não foi divulgado o ponto na Zona Sul que receberá a nova loja. Funcionários da loja da Mariland foram convidados para trabalharem no novo local.
Além dela, a Charlie Brownie prepara, para maio, a retomada na Cidade Baixa, bairro onde manteve, até o início da pandemia, um pub bem conhecido. A nova operação será temporária, por 10 meses, em parceria com uma construtora. Funcionará no modelo pocket, com foco em delivery e takeaway (pegue e leve). A empresa ainda não divulga o local, mas diz que é próximo à antiga operação.
— Vamos usar esse período de 10 meses para testar o modelo pocket, ver como ele funciona na prática. E ele funcionando na Cidade Baixa, podemos vir a buscar novos espaços e definir se continuaremos com ele ou não.
Reajustes de preços
Junto do fechamento da unidade da Avenida Mariland e das novas aberturas, Schmitz também anunciou que terá que fazer o primeiro reajuste de preços desde o início da pandemia. A Charlie Brownie estava segurando o aumento por conta da crise econômica, mas a saída do canal de vendas Uber Eats impossibilitou a estagnação dos valores.
— Eu não podia perder venda durante a pandemia. Principal objetivo foi que a gente continuasse girando, fluxo de caixa acontecendo, por isso decidimos não aumentar os preços. Seguramos até onde pode. Só não seguro mais por causa do Uber Eats. Precisamos aumentar os preços, é uma questão de sobrevivência.
Tirando o preço do brownie tradicional, que continuará igual, os outros produtos terão um reajuste que ficará entre 10% e 15%. Em alguns casos, como de presentes embalados em latas de alumínio, o aumento será maior, passando dos 20%. Além disso, foi anunciada uma redução nos produtos do cardápio, principalmente por conta de uma política da empresa de evitar desperdício e focar em novas culturas de consumos.
E em Floripa...
Para terminar o giro de novidades da Charlie Brownie, a coluna perguntou como estava a operação da empresa em Florianópolis. A marca está lá desde outubro. De acordo com Thiago, a loja tem tido uma boa aceitação.
— Está sendo uma grata surpresa. Estamos regionalizados, no Campeche. Para mim, é um relacionamento que está começando, para ver se tem paixão, para depois dar o casamento. Hoje, já existe uma relação apaixonada pelo pessoal que mora aqui na região.
Nesses cinco meses por lá, inclusive, Thiago recebeu já proposta para abrir, como franquia, unidades em outros pontos da ilha, mas negou, por conta do plano de expansão próprio e mais orgânico.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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