Tradicional calçadista gaúcha, a Beira Rio inaugura no próximo dia 18 de março a sua segunda fábrica em Candelária, no Vale do Rio Pardo. O investimento, como a coluna antecipou em dezembro, conta com incentivo do Fundopem e soma R$ 50 milhões. Desses, R$ 30 milhões foram direcionados para instalações e equipamentos e os outros R$ 20 milhões foram aplicados em obras civis. Na fábrica, serão produzidos calçados femininos, especialmente produtos das marcas Beira Rio Conforto e Moleca.
Em relação aos empregos, a unidade funcionará sob um sistema em parceria com terceirizadas, chamadas pela companhia de ateliês. Assim, o corte, a revisão e a expedição dos calçados serão feitos internamente na nova unidade, gerando 100 postos de trabalho diretos no primeiro semestre e mais 50 no segundo. Já as etapas de costura e de montagem dos calçados serão externas, em empresas que gerarão mais 1.680 vagas, distribuídas pelas cidades de Paraíso do Sul, Segredo, Jaguari e Cachoeira do Sul.
Segundo Roberto Argenta, presidente da Calçados Beira Rio, o motivo de abrir uma segunda operação na mesma cidade se deve à mão de obra da região.
— A região tem reconhecida capacidade de mão de obra, sendo extremamente habilitada e comprometida. Além do alto nível de empreendedorismo regional, que colabora para o desenvolvimento de parcerias comerciais — explica Argenta.
A nova fábrica tem 9.559 metros quadrados de área construída em um terreno de mais de 30 mil metros quadrados. Quando estiver em pleno funcionamento, em 2023, terá capacidade de fabricar entre 30 a 40 mil pares por dia. Inicialmente, produzirá 3 mil pares. Até o final do ano, serão já 15 mil pares diários.
Essa é a 11ª unidade da empresa. Todas ficam no Rio Grande do Sul. No ano passado, a coluna noticiou o início da operação da fábrica de Mato Leão, que foi reconstruída após incêndio, gerando 180 empregos. Relembre: Calçadista gaúcha inaugura fábrica reconstruída após incêndio e abre 180 empregos
Sustentabilidade
Após três anos de preparação, a Calçados Beira Rio recebeu em 2021 licença da Fepam para construir um projeto-piloto que fará que fará a transformação em energia de metade das 500 toneladas de resíduos que suas fábricas produzem por mês. A outra metade já vai para fabricação de novos produtos por meio da reciclagem.
Na ocasião, a coluna conversou bastante com o diretor industrial da Beira Rio, João Henrich. Segundo ele, o projeto todo receberá um investimento de até R$ 15 milhões e tem potencial de gerar 200 empregos. Inicialmente, a unidade consumirá três toneladas de resíduo por dia. São sobras da produção de calçados, que serão aquecidas em fornos em um processo chamado de pirólise. Com isso, gera gás de síntese e carvão que é rico em hidrogênio e é usado em geradores elétricos, fornecendo energia. Já o carvão residual é reaproveitado integralmente na produção de componentes para calçados.
- Após a fase de testes está prevista a construção de uma usina que consumirá 400 toneladas mensais de resíduos, gerando 1,4MW (megawatts) de energia - conta o diretor.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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