Depois de sentir com muita força o impacto do primeiro ano da pandemia, o setor de serviços gaúcho recuperou em 2021 parte da queda que registrou em 2020. De acordo com a pesquisa mensal do IBGE, o setor avançou 12,1% entre janeiro e dezembro do ano passado. O avanço foi maior do que a média nacional, que cresceu 10,9% no mesmo período. Mas é importante destacar que em 2020 a queda do setor no Rio Grande do Sul tinha sido mais elevada do que a média brasileira. Enquanto o Brasil caiu 7,8%, o Estado apresentou queda de 12,7% em 2020.
Ainda de acordo com a pesquisa divulgada hoje, o Rio Grande do Sul registrou, em dezembro, um aumento de 1,6% em relação a novembro. Foi o segundo mês consecutivo de alta, após um recuo de 4% em outubro sobre setembro. Com isso, já está no patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, como aponta o economista-chefe da CDL POA, Oscar Frank. Na média nacional, o Brasil avançou 1,4% em dezembro sobre novembro.
O setor de serviços é o que tem maior peso no cálculo do PIB e foi o mais afetado pela pandemia em 2020, por incluir segmentos como restaurantes, hotéis e transporte de passageiros. Em 2021, sentiu uma recuperação a partir, principalmente, do aumento no índice de pessoas vacinadas, o que gerou flexibilização de restrições. Por outro lado, assim como outros setores, sofre ainda com o impacto da alta inflação.
Gerente da pesquisa do IBGE, Rodrigo Lobo observa que, no país, o desempenho do setor superou a queda de 2020. As atividades que mais se destacaram no ano foram transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (15,1%) e informação e comunicação (9,4%). Com o aumento, as duas atividades superaram as quedas de 7,6% e 1,6%, respectivamente, registradas em 2020.
O economista da Quantitas, João Fernandes, destaca que o resultado, em âmbito nacional, surpreendeu o mercado positivamente:
— Foi mais um bom resultado, surpreendendo o mercado para cima pelo 2º mês consecutivo. Serviços ainda estão numa tendência de recuperação, conforme a circulação de pessoas aumenta. Há espaço para as receitas crescerem mais, dado que alguns segmentos como hospedagem e alimentação ainda não recuperaram toda queda após a covid. Além disso, setores que tiveram crescimento forte durante a pandemia, como serviços de tecnologia e informação, continuam mostrando resiliência.
Sobre o índice nacional, leia também: Serviços avançam 10,9% em 2021 e superam perdas de 2020, aponta IBGE
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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