O beach tennis cresceu e é considerado o esporte da moda neste verão. O tênis na areia, em uma tradução livre, movimenta praticantes não só no Litoral, mas também em quadras por todo o Estado. De olho nessa demanda crescente, a empresa gaúcha Kallango, de Santo Antônio da Patrulha, investiu na fabricação de raquetes para a prática esportiva. O aporte financeiro, no entanto, não foi informado à coluna.
— Hoje, o mercado sente falta de uma empresa nacional produzindo raquetes. Tem comprador, mas não tem raquete para pronta entrega — conta o sócio e diretor da empresa, Diego Silva.
Foi olhando para esse cenário que a indústria gaúcha resolveu investir na produção de raquetes. A Kallango já trabalha com artigos esportivos, produzindo acessórios para treinos e atividades de reabilitação motora. Tem, na sua lista de clientes, grandes times de futebol, inclusive o Grêmio, o Inter e o Juventude. A entrada no mercado de beach tennis cria, agora, um novo braço da empresa.
— No meio do ano passado, surgiu a possibilidade de produzir raquete de beach tennis. Tivemos que comprar maquinários, teve um investimento expressivo da empresa, adquirindo novos insumos e também crescendo com a mão de obra — fala Kássio Fraga, diretor de marketing e parcerias estratégicas da Kallango.
Inicialmente, o foco de venda das raquetes é para o consumidor final, direto pelo e-commerce, e também para quadras e professores do esporte, que estão com dificuldade de encontrar o produto. Depois, conforme for aumentando a produção, também venderão para lojistas parceiros.
São quatro tipos de raquetes fabricadas pela empresa: duas com fibras de vidro — consideradas de entrada —, uma com 100% fibra de carbono e outra, mais profissional, feita com 3 mil filamentos de carbono, em uma tecnologia chamada de carbono 3K. Os preços no site da empresa variam de R$ 799 a R$ 1.799 por raquete.
— Estamos crescendo a produção dia após dia, porque sabemos que a demanda está muito grande. Semanalmente, estamos aumentando nosso quadro de funcionários. A partir desta semana, eu começo a fazer visita em quadras e professores para apresentar as raquetes. A venda começou no início de fevereiro. Já começamos a receber contato do Brasil inteiro — conta Fraga.
A fábrica de 3 mil metros quadrados fica no interior de Santo Antônio da Patrulha. São do Interior, também, 70% dos 100 funcionários que a empresa tem hoje. Com a nova linha, planeja aumentar o número de empregos e já prevê novas expansões:
— Em breve, vamos ter uma linha complementar para beach tennis, com bolinha, sapatilha, camiseta. Nos próximos meses, tem linha de luta chegando também. Estamos em constante movimento, em expansão. Acreditamos em duas palavras: flexibilidade e sensibilidade. Sensibilidade para perceber as tendências e flexibilidade de rapidamente se adaptar para atender demandas. Do beach tennis, entre começarmos a pensar no produto e colocarmos ele à venda, foram pouco mais de seis meses.
Esporte em alta
E o beach tennis está mesmo em alta. Na última semana, conforme relatou o colega Eduardo Matos, mais de um quilômetro de quadras ocuparam a orla de Atlântida, no Litoral Norte, para receber praticantes da modalidade. No próximo final de semana, haverá um campeonato junto à Festa da Uva, em Caxias do Sul.
A prática de beach tennis nasceu na Itália e chegou ao Brasil por volta de 2008. Nos últimos anos, tem ganhado muita força. Segundo Fraga, a pandemia ajudou a aumentar, ainda mais, a busca pelo esporte:
— O beach tennis tu pode jogar simples, com duas pessoas na quadra, ou em dupla, o que é mais comum. É um tipo de esporte que não tem muita proximidade, muito toque. Isso fez com que o interesse das pessoas aumentassem quando surgiu a pandemia. E, ao mesmo tempo, é um esporte muito acolhedor. O pessoal que joga cria vínculos de amizade muito fortes, tu vê famílias inteiras na quadra praticando. É muito legal — finaliza o diretor, que também é praticante da modalidade.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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