A venda de veículos no Rio Grande do Sul subiu pouco em 2021, com um avanço de apenas 3,38% sobre 2020, ano da pandemia e que já tinha fechado com queda de quase 24% na comercialização. As estatísticas são do Sincodiv-RS, sindicato que representa as concessionárias.
Apenas um segmento teve queda de vendas, mas foi o de maior peso em número de unidades vendidas: automóveis de passeio. O recuo foi de 11,6%. Ainda assim, foram vendidos 87.140 carros, maior parcela do total de 154.191 veículos comercializados no Estado.
A maior alta ocorreu no segmento de caminhões, com a venda de 62% mais veículos. Destaque ainda para o resultado positivo - ainda que pequeno - na comercialização de ônibus. Após sentir mais do que os demais pelo impacto do distanciamento no transporte coletivo, cresceram 3,79% os emplacamentos, após uma queda de quase 36% no ano anterior. Comerciais leves, motos e implementos rodoviários também tiveram venda maior sobre 2020.
Enquanto isso, os preços subiram bastante. Entre os motivos, estava a falta de peças, que provocou a escassez de veículos. Porto Alegre teve aumento médio de 14% nos preços dos automóveis de passeio, segundo o monitoramento da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Além disso, a cadeia econômica aponta o aumento do custo de produção, com elevação de matéria-prima e de energia elétrica, por exemplo.
O próprio IPVA escancarou este aumento. O imposto é calculado em cima da Tabela Fipe, que disparou com a elevação dos veículos usados, mais procurados pela falta dos novos. A alta média superou 20%. No caso dos caminhões, bateu 25%.
Recentemente, porém, algumas medidas tomadas abrem espaço para uma redução - ou, ao menos, uma alta menor - de preços. Um decreto publicado pelo governo gaúcho altera a cobrança do ICMS sobre veículos, que é feita por substituição tributária. Atualmente, a montadora recolhe o tributo calculado em cima de um valor de tabela. No entanto, com as tradicionais negociações com clientes, o preço fica mais baixo. Isso gera um crédito tributário, que as concessionárias não vinham conseguindo recuperar por assinarem um termo para não perder acesso ao regime especial. Agora, essa devolução será possível, permitindo, portanto, um custo menor com o imposto, fixado em 12%.
Depois, uma lei articulada pelo deputado estadual Frederico Antunes (PP-RS) permitiu a escrituração eletrônica de automóveis no Renave (Registro Nacional de Veículos em Estoque). Até então, era feita de forma manual, com papel, vistoria e despachante. Segundo o presidente do Sincodiv/RS, Paulo Siqueira, isso reduz de mais de R$ 300 para cerca de R$ 35 o custo do procedimento para as concessionárias. Mais uma vez, ele sinaliza de que isso é redução de custo de licenciamento que deve chegar em preço menor ao consumidor.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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