No dia 24 de outubro, um domingo pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro, ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, disse:
- Pelo preço do petróleo lá fora e o comportamento do dólar aqui dentro, teremos um novo reajuste do preço dos combustíveis a partir de amanhã (segunda-feira, 25 de outubro). Não é preciso ter bola de cristal para isso – é só ver o preço do barril e o comportamento do dólar - disse na ocasião a jornalistas.
No dia 25, a Petrobras anunciou o reajuste R$ 0,21 na gasolina e de R$ 0,28 no diesel. Foi a última alteração de preços feita pela estatal. E ontem, o presidente Jair Bolsonaro disse, sem dar detalhes:
- A Petrobras começa nesta semana a anunciar redução no preço do combustível.
Ou seja, ainda sinalizou de que a queda a ser anunciada deve continuar. Em tese, o acionista controlador da empresa de capital aberto não deve antecipar movimentos estratégicos da empresa (o que é o caso do governo na Petrobras), mas espaço para essa redução de preços tem. Desde o aumento no final de outubro, o preço do petróleo no mercado internacional já caiu quase 20%, com grandes economias mundiais usando suas reservas estratégicas de petróleo, com a variante ômicron ameaçando derrubar consumo mundial de combustíveis e com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidindo manter o cronograma de aumento da produção mesmo com esse cenário. Em nota divulgada nesta segunda-feira (6), a Petrobras reforçou que os preços seguem "as suas políticas comerciais vigentes" e que evita "repasse imediato das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais".
Preços aos consumidores
A pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP) trouxe uma queda de apenas um centavo no preço médio da gasolina no Rio Grande do Sul na última semana. Ficou em R$ 7,08. Como a coleta é feita ao longo dos dias, certamente não pegou a redução registrada no final da semana, relatada por ouvintes e conferida pela reportagem de GZH.
O economista João Fernandes calcula que a gasolina na refinaria brasileira está 8% acima do Exterior hoje. Tradicionalmente, a Petrobras mantém o valor até mais baixo e costuma reajustar só quando se aproxima de 15% de defasagem. A estatal também diz evitar oscilações fazendo ajustes espaçados, porém ela não muda preços há um mês e meio quase.
No setor, dizem que a Petrobras está esperando distribuidoras importarem uma boa cota de combustíveis que garanta a demanda de dezembro. Ela já tinha estabelecido limites de venda porque recebeu encomendas bem acima da capacidade de produção para novembro ainda. Outra fonte afirma que a gasolina importada está vindo 30 cents de dólar mais barata e o diesel, 20 cents.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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