Na correria para fazer fotos para documentos, esqueci de levar carteira - o que já é normal - e também meus cartões. Só me dei conta na hora de pagar já com o produto na mão. Nem cheguei a ficar tensa e já perguntei: "Tem Pix?"
Tinha, claro. Em cerca de um minuto, o pagamento estava feito. Há exatamente um ano, quando o Pix foi lançado pelo Banco Central, o desafio era explicar o que seria esta nova ferramenta de pagamentos. Agora, é difícil viver sem ele.
Até o fim de outubro, já eram 348,1 milhões de chaves cadastradas por 112,65 milhões de usuários. Desse total, 105,24 milhões são pessoas físicas e 7,41 milhões são pessoas jurídicas. Perceba o salto das movimentações em um ano: em outubro agora, o Pix atingiu R$ 502 bilhões, contra R$ 25,1 bilhões em novembro do ano passado. Levantamento da consultoria Gmattos revelou que, pela primeira vez, mais da metade do comércio eletrônico do Brasil aceita o meio de pagamento nas suas plataformas. Recentemente, pesquisa do Sindicato dos Lojistas de Porto Alegre (Sindilojas) mostrou que o Pix foi a principal forma de pagamento para 41,7% dos comerciantes nas vendas de Dia das Mães.
E, para marcar o aniversário, tem novidade. Entra em vigor hoje (16) o Mecanismo Especial de Devolução, que agilizará o ressarcimento ao usuário vítima de fraude ou de falha. A ideia é que a devolução seja feita pela própria instituição em que o recebedor tem conta, seja por iniciativa própria ou por solicitação da instituição em que o pagador tem conta. A nova função vale só para casos de “fundada suspeita de fraude” ou em falhas operacionais. Para transferências equivocadas, os recursos poderão ser devolvidos pelo usuário recebedor com a função que já existia anteriormente.
Há, ainda, outras funcionalidades previstas para o dia 29. São elas o Pix Saque e o Pix Troco, que permitem o saque em espécie e a obtenção de troco em estabelecimentos comerciais, que sairão ganhando com circulação maior de pessoas. No Pix Saque, o cliente poderá fazer saques em qualquer ponto que ofertar o serviço. O correntista apontará a câmera do celular para um código QR, fará um Pix para o estabelecimento e retirará o dinheiro no caixa. Já o Pix Troco permite o saque durante o pagamento de uma compra. O cliente fará um Pix equivalente à soma da compra e do saque e receberá a diferença como troco em espécie. O extrato do cliente terá a parcela da compra e a quantia sacada como troco.
Também se trabalha para que o Pix permita compras a prazo. O consumidor poderá fazer compras parceladas em até 24 vezes. Na outra ponta, o repasse dos valores para o lojista é feito imediatamente e de forma integral. As cobranças com juros, multa, desconto e abatimento também podem oferecer o QR Code como opção de pagamento e, em caso de inadimplência, será possível realizar o protesto e a negativação do devedor.
Mas seguem as preocupações com a segurança do Pix com o aumento de sequestros-relâmpago e de fraudes, hipóteses que já eram levantadas lá no lançamento, mas rechaçadas pelo Banco Central na época. Agora, para combater estas situações, o Banco Central limitou as transferências a R$ 1 mil entre as 20h e as 6h. Medidas adicionais de segurança foram adotadas, como o bloqueio, por até 72 horas, do recebimento de recursos por pessoas físicas em caso de suspeita de fraude.
Open banking
Começou a valer em outubro a terceira fase do open banking, inovação do Banco Central que promete ser ainda mais revolucionária do que o Pix. A novidade nesta etapa, inicialmente, é a facilitação do uso do Pix nos pagamentos online. Significa que o consumidor poderá fazer compras na internet via pagamento instantâneo sem precisar abrir o aplicativo do banco, por exemplo. A operação deve ser autorizada pelo consumidor e somente poderão fazer a iniciação de pagamentos instituições reguladas pelo Banco Central. O iniciador de pagamento fará somente o comando da ordem de pagamento, sem acessar ou gerenciar a conta do cliente.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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