Uma nova usina de etanol em Santiago, na região central do Estado, vai produzir 10 milhões de litros do combustível por ano usando, como matéria-prima, alimentos ricos em amidos, principalmente o trigo e o triticale. O projeto é da recém-criada CB Bioenergia em parceria com a Ampla Performance Industrial, empresa de máquinas de Getúlio Vargas.
- Nesta primeira etapa, vamos produzir 10 milhões de litros de etanol por ano e 15 mil toneladas de DDGS, ração animal com alto teor proteico que é usada na alimentação de bovinos, suínos e equinos. Mas já tem projeto de expansão para 80 milhões de litros de etanol, 120 mil toneladas de DDGS e cogeração de energia nos próximos anos - explica Cássio Souza Bonotto, que é sócio do empreendimento com Juliana Bochi Bonotto.
Na primeira etapa, serão investidos R$ 60 milhões. Nas demais, os investimentos poderão chegar a R$ 500 milhões, contam os sócios. Todo o processo de licenciamento, elaboração de projetos, produção e desenvolvimento de equipamentos iniciou recém em setembro. Mas o início das atividades industriais está previsto para outubro de 2022.
Ao longo de todo processo construtivo, serão gerados cerca de 80 empregos diretos e indiretos. Durante a operação, serão 50 empregos diretos. A matéria-prima para produção do etanol virá de agricultores e cerealistas da região centro-oeste do Rio Grande do Sul. Inicialmente, será da própria lavoura do Grupo CB. A nova indústria ficará em uma área de 15 hectares na cidade.
- A CB Bioenergia decidiu se instalar em Santiago em virtude da relevância econômica, logística adequada para a cadeia de insumos, escoamento dos produtos, possibilidades de qualificação de mão de obra e ambiente adequado ao desenvolvimento econômico - conta Bonotto, que destaca que terá apoio da prefeitura para concretização do empreendimento. Aliás, foi o prefeito Tiago Gorski Lacerda que procurou a coluna contando da novidade. O município tem a intenção de destacar a cidade como uma área de agronegócio.
Mercado consumidor
Segundo os sócios, são três os mercados buscados pela empresa. Os consumidores do etanol hidratado serão a frota veicular e também boa parte da frota de aeronaves, as quais utilizam etanol como seu combustível. Já o etanol anidro, mistura obrigatória na gasolina, tem como mercado as distribuidoras de combustíveis. Em relação ao DDGS, o mercado consumidor serão as fábricas de ração e os confinamentos de bovinos e suínos da região. Hoje, ambos os produtos, são adquiridos pelos gaúchos principalmente nas regiões Sudeste e Centro Oeste do Brasil.
- Este é um investimento que repercute muito além da geração de emprego e renda. Há o desafio de agregar valor na produção primária, com uma indústria de transformação, que vai impulsionar o setor da industrialização do agronegócio em nossa região e também por ser considerado um empreendimento do futuro. Uma usina com zero resíduos, externalidades positivas pelos ganhos ambientais e de saúde pública, vantagens econômicas e ambientais da bioeletricidade e demais subprodutos - finaliza.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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