A terça-feira (5) da missão governamental aqui em Madri começou com uma reunião de alguns bilhões de reais. Integrantes do governo do Estado foram recebidos pela direção do Grupo Cobra na sede da empresa. A companhia já tem investimentos de R$ 4 bilhões em andamento no Rio Grande do Sul, que contemplam linhas de transmissão e subestações que assumiu em leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) após a Eletrosul perder a concessão por não cumprir prazos. Aliás, o Cobra participará de novo leilão em dezembro para mais um investimento no Estado.
Mas o grande objetivo da reunião era tratar de um projeto de R$ 6 bilhões em Rio Grande, no sul do Estado. Ele inclui um terminal de regaseificação e uma térmica a gás natural. O Cobra assumiu da empresa Bolognesi, que não conseguiu as aprovações necessárias. A partir disso, retomou adaptações em pontos que travavam o projeto, lembra o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, - que acompanha o processo -, como a colocação de tanques para a armazenagem, que estava prevista inicialmente em navios.
O próximo passo é realizar a audiência pública para então se dar início à emissão de licenças pela Fepam, da prévia a de instalação, necessária para construir a obra. Advogado que atua para a Cobra em Porto Alegre, Celso Silva reforça a projeção de que isso ocorra até o final do ano. A ideia é iniciar a operação em 2024. Os tanques de armazenagem aumentaram o valor do projeto em R$ 1,5 bilhão.
O superintendente do Porto de Rio Grande, Fernando Estima, está confiante na versão no projeto e enfatiza que será revolucionário para a Metade Sul. Além de potencial para ser o maior investimento privado da história do Rio Grande do Sul - superando o da CMPC -, traria um fôlego para uma região que sofreu com o declínio dos investimentos no polo naval.
Depois das licenças, ainda é necessária autorização da Aneel. O governador Eduardo Leite reforçou que já está conversando com a diretoria da agência reguladora, mas ponderou que só avançará quando a licença ambiental for emitida. Secretário de Desenvolvimento Econômico, Edson Brum lembra que o gás viabilizará a operação de indústrias no distrito de Rio Grande, além de novos negócios, que vinculam o investimento à existência de combustível.
A crise energética enfrentada no Brasil pode ajudar no andamento. Se o projeto for confirmado, o Grupo Cobra somará R$ 10 bilhões em investimentos no Rio Grande do Sul, disseram os executivos à coluna, que está na Espanha cobrindo a missão gaúcha pelo Grupo RBS.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da colunista
Experimente um jeito mais prático de se informar: tenha o aplicativo de GZH no seu celular. Com ele, você vai ter acesso rápido a todos os nossos conteúdos sempre que quiser. É simples e super intuitivo, do jeito que você gosta.
Baixe grátis na loja de aplicativos do seu aparelho: App Store para modelos iOS e Google Play para modelos Android.