A venda do varejo gaúcho trouxe um bom crescimento em julho. O avanço foi de 1,9% em volume sobre junho, percentual acima da média nacional de +1,2%. A pesquisa anterior do IBGE tinha mostrado uma queda forte aqui no Rio Grande do Sul. Com a alta, o mês teve o segundo melhor patamar de vendas do ano, ficando atrás apenas de maio, que teve Dia das Mães e ainda aproveitou o consumo represado dos meses de restrições fortes da pandemia.
- O Rio Grande do Sul devolveu uma parte das perdas do mês passado, quando as vendas no conceito restrito caíram 5%. O patamar da série segue elevado, sendo que a leitura de julho é a segunda maior de todo o levantamento, iniciado nos anos 2000 - analisa Oscar Frank, economista-chefe da CDL Porto Alegre.
No acumulado de 12 meses, o crescimento é de 2,6%. Destaque para o avanço de 18,7% no segmento de "outros artigos domésticos", que engloba lojas de departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos e brinquedos. Chama a atenção que os supermercados estão registrando queda de vendas. Há reflexo da base alta de comparação com a grande venda do início da pandemia, mas também impacto da inflação e do auxílio emergencial menor. Farmácias seguem vendendo bem. Já vestuário e calçados voltaram a ter crescimento.
Considerando o varejo ampliado, materiais de construção seguem com aumento de vendas, mesmo que com menor intensidade. Enquanto isso, veículos sustentam um crescimento após um longo período de queda.
- Só fica o alerta por conta da metodologia, que investiga estabelecimentos com 20 funcionários ou mais. Creio que, ao longo da pandemia, houve uma migração da demanda, de modo que os pequenos negócios estão sofrendo mais. Isso fica claro a partir das estatísticas das Notas Fiscais Eletrônicas, em que o desempenho das firmas do Simples Nacional é inferior às enquadradas na Categoria Geral no RS - complementa Frank.
E um alerta do IBGE, considerando os dados nacionais:
- Apesar do avanço, o movimento intrasetorial do comércio é muito heterogêneo. Algumas atividades ainda não conseguiram recuperar as perdas na pandemia, como é o caso de equipamentos e material para escritório, que ainda está 26,7% abaixo do patamar pré-pandemia, ou combustíveis e lubrificantes, que está 23,5% abaixo - diz o gerente da PMC, Cristiano Santos.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe:
Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Francine Silva (francine.silva@rdgaucha.com.br)
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