Após 85 dias sem mexer no preço do diesel, a Petrobras anunciou nesta terça-feira (28), em uma tacada só, um reajuste de R$ 0,25 no litro na refinaria. É um talagaço, em bom linguajar gaúcho. Isso representa uma alta de 8,89%, ou seja, quase a inflação brasileira de um ano.
A Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) vinha apontando defasagem de 14% no combustível na comparação com o Exterior. Além disso, o petróleo segue em alta, enquanto o dólar não dá sinais de ceder em relação ao real. São os dois fatores observados pela política de preços da Petrobras. Mesmo com o reajuste, o diesel fica 7% abaixo do Exterior, calculou para a coluna o economista João Fernandes, da Quantitas Asset. Sem o aumento, estaria hoje em 16%.
As movimentações de ontem já sinalizavam alguma alteração. Pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro disse ter questionado o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, sobre a responsabilidade pelo preço alto dos combustíveis. Disse, também, que havia conversado sobre o assunto com a direção da Petrobras.
À tarde, a estatal chamo uma entrevista coletiva de última hora. O presidente da Petrobras, general Silva e Luna, defendeu a política de preços da Petrobras, falando também da gasolina. Disse que a estatal é responsável por R$ 2 do preço da gasolina, empurrando as críticas também para o resto da cadeia econômica dos combustíveis, especialmente o ICMS.
Expectativa agora para ver como os caminhoneiros vão reagir à alta do diesel. O combustível é o principal custo do transporte rodoviário de cargas. A categoria, porém, é apoiadora de Jair Bolsonaro.
Em relação à gasolina, não houve anúncio de ajuste em setembro. Desde que a nova diretoria assumiu, em abril, os mexes de preços vinham sendo mensais. A gasolina vem sendo pressionada, também, pela alta do etanol, o que a torna a principal pressão da inflação atualmente.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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