Após uma pequena alta em maio, a produção das indústrias do Rio Grande do Sul voltou a cair em junho. O recuo foi de 0,9% sobre maio, conforme o monitoramento mensal do IBGE. Com isso, se afasta ainda mais do nível pré-pandemia. O patamar de fevereiro de 2020 chegou a ser recuperado em setembro do ano passado, engatando uma sequência de altas. Mas, no início de 2021, o setor perdeu força. A recuperação enfrentou um arrefecimento, provocando quedas na produção. Em especial, as regiões sul e sudeste do país.
Fevereiro 2020: 97,5 pontos
Junho 2021: 96 pontos
- A alta de maio aconteceu após alguma flexibilização das medidas de isolamento social em relação a abril, quando houve mais interrupções na cadeia produtiva por conta do acirramento da pandemia da covid-19. Já o resultado de junho, mostrando estabilidade, demonstra mais realisticamente o ambiente em que se encontra a indústria nacional - afirma o gerente da pesquisa do IBGE, Bernardo Almeida, ao comentar o dado nacional, no qual São Paulo tem peso forte e tem um comportamento semelhante ao do Rio Grande do Sul.
A maior dificuldade da indústria agora não é demanda, mas a falta de insumos, o que provoca alta de preços fazendo disparar o custo de produção. O maior exemplo disso foi o complexo da General Motors (GM) ter ficado parado por cinco meses no Rio Grande do Sul, com a retomada prevista para a semana que vem. Há falta, principalmente, de semicondutores para a fabricação de veículos e diversos outros produtos. A alta no preço do aço é a segunda maior preocupação, atrás apenas da covid-19, conforme pesquisa do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região (Simecs) detalhada em entrevista no final desta coluna.
Para o segundo semestre do ano, as expectativas são positivas, segundo Instituto de Estudos para Desenvolvimento Industrial (Iedi) a partir de indicadores de confiança dos empresários industriais no mês de julho. Muito disso está associado à aceleração da vacinação no Brasil, mas também em outros países, possibilitando vislumbrar a superação das causas sanitárias da crise recente.
"No caso brasileiro, porém, há riscos no horizonte, a exemplo da crise hídrica, da persistente elevação inflacionária e de seus efeitos sobre os níveis de juros do país, que, como sabemos, tende a afetar muito os mercados de produtos industriais, devido à importância de bens duráveis, seja de consumo, seja de investimento, cuja demanda exige condições favoráveis de financiamento.", diz a projeção do Iedi.
Nos acumulados do ano (+20,9%) e de 12 meses (+12%), a indústria gaúcha ainda registra crescimento de produção. Mas a base de comparação é fraca porque o setor teve restrições fortes de funcionamento no início da pandemia.
Aproveitando o assunto da coluna, assista à entrevista com Ruben Antonio Bisi, vice-presidente de Relações Institucionais do Simecs e diretor de Relações Institucionais da Marcopolo ao programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha:
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe:
Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Francine Silva (francine.silva@rdgaucha.com.br)
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