Dona das marcas Winston e Camel, a JapanTobaccoInternational (JTI) fará um novo investimento no Rio Grande do Sul. Desta vez, o aporte financeiro será de R$ 126 milhões direcionado para a sua fábrica inaugurada em 2018 em Santa Cruz do Sul. O valor será usado para ampliar e otimizar a operação de tabaco da empresa até 2023.
Primeira fábrica de cigarros da empresa na América do Sul, a unidade foi construída com R$ 85 milhões. Atualmente, é finalizada a instalação do processo primário para manufatura de cigarros, com uma expansão de R$ 75 milhões que será finalizada em agosto.
- Encurtaremos a rota logística do tabaco produzido nos Estados do Sul. Hoje, depois de processado, ele é enviado para a fábrica da Alemanha, onde esse processo primário é realizado, e então volta para o Brasil para que a nossa fábrica inicie a manufatura do cigarro. Agora, parte do tabaco processado aqui em Santa Cruz do Sul continuará no município - explica Paulo Saath, líder da operação de tabaco da JTI no Brasil.
A JTI tem operações em mais de 130 países. Com sede em Genebra, na Suíça, ela emprega mais de 44 mil pessoas pelo mundo. No Brasil, são mais de mil funcionários em 10 Estados.
Tributos sobre o cigarro
Em comunicado, a empresa fala também da reforma tributária, dizendo que ela será decisiva para o setor se manter sustentável no Brasil. Atualmente, os impostos sobre os cigarros variam de 70% a 90%, dependendo do Estado. No Rio Grande do Sul, segundo a JTI Brasil, a carga chega a 78%.
- A discussão sobre a reforma tributária na Câmara dos Deputados prevê a substituição dos tributos atuais por apenas dois: Contribuição por Bens e Serviços (CBS) e Imposto Seletivo (IS). O primeiro seria cobrado sobre qualquer bem e serviço e o segundo, sobre determinados itens, como tabaco, bebidas alcoólicas e açucaradas. Se a CBS seguir o princípio da isonomia, as regras de cálculo serão as mesmas para todos os produtos e serviços. Se o IS seguir o princípio do imposto progressivo, produtos mais caros pagarão mais imposto. Isso significa tornar o cigarro legal mais competitivo em relação ao cenário atual. No modelo de tributação vigente, aos produtos legais de menor valor incide uma carga maior de imposto - diz explica Flavio Goulart, diretor de Assuntos Corporativos & Comunicação da JTI.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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