Maior produtor de azeite de oliva no país e responsável por trazer o Burger King para o Brasil em 2004, o empresário Luiz Eduardo Batalha está desenvolvendo um novo projeto para a região da campanha gaúcha. Trata-se de um condomínio residencial com hotel dentro da Estância Batalha do Seival, uma fazenda de oliveiras de 340 hectares na zona rural de Candiota. 

A unidade é uma das duas fazendas que plantam os insumos para a produção do Azeite Batalha. A outra fica em Pinheiro Machado, onde também está a sede da marca. Inicialmente, a intenção era construir um hotel em Pinheiro Machado, mas Batalha mudou de ideia:

- Eu fico pouco em Candiota, porque a sede do Azeite Batalha é em Pinheiro Machado. Mas muitos clientes começaram a elogiar o terreno de Candiota, sua topografia, seus lagos e o pomar de oliveiras - explica o empresário. 

Ao todo, serão construídas 60 casas no condomínio em três modelos diferentes, que variam de 135 a 520 metros quadrados. A ideia é que as moradias sejam pré-moldadas e já cheguem no terreno prontas para serem montadas. A menor, de 135 metros quadrados, terá duas suítes e espaço integrado. Já a maior terá cinco suítes, salas, jacuzzi e espaços para piscina. Mas o curioso mesmo é que cada casa terá sua própria pequena fazenda de oliveiras para produção de azeite: 

- No jardim de cada casa, o proprietário terá um cercado com cerca de 15 a 20 oliveiras adultas já em produção. Aí, ele poderá colher as azeitonas junto da gente e levar para a indústria que existe no espaço para criar o seu azeite. Ele poderá ter um azeite com rótulo próprio da família, com nossa consultoria e ajuda. 

Além do condomínio, o espaço também terá um hotel com 40 cabanas. O empresário já firmou a parceria com uma empresa para desenvolver o empreendimento. Segundo ele, as hospedagens dos hotéis também estarão à venda, caso o investidor queira comprar uma unidade para usar quando tiver disponibilidade e locá-la quando não estiver na região. 

-  E o grande segredo é que o hotel vai dar suporte para as casas, arrumação, comida, conservação. Por exemplo, se as casas quiserem, elas poderão usar o serviço de camareira do hotel - comenta. 

O projeto também prevê um restaurante ao lado da indústria, com uma parede de vidro que mostre o processo de produção dos azeites. O objetivo é que o condomínio e o hotel estejam prontos em até três anos. Segundo o empresário, a "parte legal" já está feita. 

- Vai ser um resort, todo mundo podendo utilizar. Pessoal que vem para o hotel poderá conviver junto dos hóspedes. Sou hoteleiro há quase 50 anos. Sabemos exatamente como funciona, como agradar as pessoas, ter uma equipe de programação, de lazer, uma área para criança. Inclusive, vou chamar profissionais de mais tempo para fazer uma escola de hospedagem. 

E os planos são altos: a ideia é que pessoas do mundo inteiro possam ter uma casa na fazenda. Inclusive, Batalha já começou a montar uma lista de reservas de compradores que inclui pessoas de fora do Brasil. Para atrair esse público, o condomínio também terá um avião privativo estacionado no aeroporto de Porto Alegre.

- Se a pessoa vier de Paris, ela desce no Aeroporto Salgado Filho e embarca diretamente para Bagé. De Bagé para a fazenda, são 20 minutos. O avião será do condomínio, quem comprar a casa, também estará comprando o direito de usar o avião. Depois, é só agendar o uso e pagar as despesas da aeronave.

A coluna também perguntou sobre valor do investimento, mas Batalha ainda não o tem. Sobre número de funcionários, ele estima entre 60 a 70 empregados para a área de hospedaria, além dos demais serviços, que deverão ser terceirizados. O empresário também falou que o projeto está sendo construído com o apoio de outros parceiros, mas disse que ainda não pode divulgar os nomes dessas empresas. A coluna apurou que uma das empresas por trás do projeto é a M.Stortti.

Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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