O Rio Grande do Sul fechou o primeiro trimestre deste ano com 11 falências decretadas, o mesmo número dos três primeiros meses de 2020. O levantamento da Serasa Experian aponta ainda oito pedidos de recuperação judicial, mecanismo usado para evitar a quebra das empresas dando um tempo para reestruturação financeira. Aqui, o número é bem menor do que de janeiro a março do ano passado, quando foram 35 solicitações. Ou seja, uma queda de 77%.
Aparentemente, são bons dados, considerando a crise econômica provocada pela pandemia no último ano. Mas a coluna foi buscar também os dados sobre extinção de empresas no site da Junta Comercial, Industrial e de Serviços do Rio Grande do Sul. Lá, os números preocupam mais. Foram extintas 22.529 empresas no primeiro trimestre de 2021. O número é 31% maior do que no mesmo período do ano passado, quando foram 17.182.
Além disso, a coluna sempre lembra de uma ponderação sobre fechamento de empresas feita pelo presidente do Sindicato de Empresas de Serviços Contábeis do Rio Grande do Sul (Sescon-RS), Célio Levandovski. Segundo ele, nem sempre a parte burocrática da quebra é encaminhada de imediato, não aparecendo tão rapidamente nas estatísticas da Junta.
A queda no número de recuperações judiciais também merece uma observação. Em bons tempos, o motivo seria as empresas não estarem enfrentando problemas que exigissem a medida. Mas a situação agora sinaliza que os negócios estão até sem forças para a reestruturação. Importante que o governo federal agilize a retomada das flexibilizações trabalhistas e do Pronampe, o programa de crédito para micro e pequenas empresas.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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