Há espaço para um novo aumento nos preços dos combustíveis nas refinarias. No bolso, já sabemos que não espaço. No início desta semana, a Petrobras já elevou a gasolina e o diesel em 12 centavos. Antes, tinha feito elevações de 22 e 33 centavos, que geraram a tensão com o presidente Jair Bolsonaro, que acabou por indicar um substituto para o comando da companhia, nome que será avaliado ainda pelo conselho de administração.
Apesar dessa movimentação e de isenção tributária para o diesel, o petróleo segue subindo e o real se desvalorizou mais em relação ao dólar, sem sinais de se fortalecer. Hoje, a gasolina na refinaria brasileira está 14,2% abaixo do Exterior, diz o economista João Fernandes, da Quantitas Asset. Se a política de preços da Petrobras for mantida, o que foi garantido por Roberto Castello Branco enquanto estiver no cargo, o aumento ocorrerá em breve.
O economista João Fernandes aposta em uma elevação de 5%, considerando o cenário político. Então, a estatal não repassaria tudo que até teria espaço de aumento. O diesel também deve sofrer aumentos, considerando a defasagem com o mercado internacional.
O presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, avalia também que a Petrobras não terá como evitar um novo aumento de combustíveis em breve. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) decidiu manter para abril os mesmos níveis de petróleo de março, o que significa extensão dos cortes na produção. Menos oferta do produto, eleva preço. O avanço da vacinação em economias importantes também aumenta a previsão de consumo de combustíveis e, por consequência, do petróleo.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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