A queda de 4,1% do PIB em 2020 foi a pior nos 24 anos da pesquisa do IBGE. O componente com o resultado mais negativo no indicador foi o consumo das famílias, que recuou 5,5%, também a maior queda da série histórica.
Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis isso se explica pela piora no mercado de trabalho e a necessidade de distanciamento social. E mais, ocorreu essa queda mesmo com o auxílio emergencial, benefício pago a famílias brasileiros até dezembro do ano passado.
A queda forte nas vendas do varejo em dezembro, mês do Natal, já tinha reforçado o debate sobre a necessidade de retomar o pagamento de auxílio emergencial como forma de ativar a economia e não apenas para garantir renda às pessoas mais vulneráveis. O indicador de agora do PIB acelera a questão. O consumo das famílias é chamado de motor da economia, representando 65% do indicador.
Sobre isso, está prevista para esta quarta-feira (3) a votação no Senado da PEC Emergencial. Ela tem medidas de controle dos gastos públicos, mas foi modificada para que também possa viabilizar o pagamento do novo auxílio emergencial no Orçamento. O governo estuda o pagamento de quatro novas parcelas do auxílio emergencial, no valor de R$ 250 cada uma.
A proposta, no entanto, não determina as regras, que terão de ser definidas por outro projeto de lei ou medida provisória que o governo deve encaminhar ao Congresso. Esse processo, no entanto, não deve tardar, devido à piora na pandemia, demora na vacinação e, por consequência, a intensificação dos impactos nas famílias e na economia.
Importante lembrar que o consumo das famílias também está diretamente ligado ao mercado de trabalho, mesmo que pela informalidade. O melhor é se, de quebra, o dado do PIB acelere a volta dos programas de manutenção do emprego, com permissão para que as empresas suspensão contrato e redução jornada de trabalho com flexibilizações. Isso aconteceu no ano passado e precisa agora passar pelo "crivo" da presidência, como noticiou o programa Acerto de Contas (domingo, 6h, na Rádio Gaúcha) no último final de semana. O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou, nessa terça-feira (2), a apoiar a medida publicamente, mas sem dar detalhes sobre a retomada.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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