Maior rede de livrarias do país, a Leitura está chegando ao Rio Grande do Sul. E a empresa mineira, fundada em 1967, quer abrir, ao menos, uma loja por ano no mercado gaúcho. Os planos foram contados à coluna em uma longa - e agradável - conversa com o sócio-diretor Marcus Teles. É um movimento contra a maré do varejo em geral, que contabiliza fechamentos de lojas e, mais ainda, das livrarias.
A primeira loja será aberta em março em Porto Alegre, em data ainda a ser definida. A unidade terá 750 metros quadrados de área de vendas, com 30 mil títulos e itens de papelaria à venda. O investimento estimado é de R$ 2 milhões nas obras, que já foram iniciadas. Será a unidade de número 83 da rede, que tem crescido ocupando o espaço das concorrentes em crise Cultura e Saraiva. Inclusive, sua primeira loja gaúcha será onde ficava a Saraiva no BarraShoppingSul.
A unidade gaúcha também é a primeira Leitura na região Sul. A empresa já está em 20 unidades da federação. Em 2020, ela abriu nove lojas e fechou duas. Ou seja, saldo muito positivo para um ano de pandemia. Para 2021, o plano é inaugurar 14 unidades e encerrar as atividades em apenas duas também, por serem pontos de venda sem bom retorno.
- A Leitura não tinha dívidas, estava em situação mais tranquila e decidimos manter os investimentos em 2020 - conta Teles.
No Rio Grande do Sul, as próximas devem ficar na Capital e na Região Metropolitana. Prospecções já estão ocorrendo. Pelo Interior, a empresa olha para municípios com mais de 300 mil habitantes.
Teles traz dados e percepções animadores sobre o mercado de livros. Analisa que a venda cai, sim, mas quando a economia recua.
- As crises do livro não são do livro. Ele continua tendo uma média de leitura estável. No ano passado, janeiro e fevereiro estavam positivos. Depois, com a pandemia, a venda caiu, mas voltou a crescer no último trimestre. A venda de livros é muito mais resistente do que parece - diz o executivo.
E sobre o livro digital? Passará o papel?
- Ela representa apenas 4% agora. Não deve passar de 10% nos próximos anos. O livro tem mais de 500 anos - diz ele.
Marcus Teles destaca a boa parcela de vendas de livros infanto-juvenis. Conta sobre o sucesso de séries como Crepúsculo, Harry Potter e Diário de um Banana. A cada lançamento desses, a Leitura abastece a prateleira com dezenas de milhares de livros.
Sobre a venda digital, a Leitura voltou ao e-commerce no final de 2020 após um ano fora. Em novembro e dezembro, já comercializou 100 mil livros pela internet, conta o sócio da rede.
- Continuamos acreditando no livro. No Rio Grande do Sul, queremos abrir, ao menos, uma loja por ano - enfatiza ele.
E, para finalizar a entrevista, Marcus Teles mostrou uma admiração grande pela Feira do Livro de Porto Alegre.
- Ela só perde para as bienais. Fico muito feliz de ir para Porto Alegre. Os moradores têm fama de ler muito livros, têm um nível cultural alto.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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