A General Motors (GM) reduzirá a produção devido à falta de peças. Em Gravataí, a medida inclui a suspensão da hora a mais diária que vinha ocorrendo e dos sábados de trabalho, além de duas semanas de férias coletivas programadas para março. A informação foi confirmada pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari. Segundo ele, o período de férias pode, inclusive, ser ampliado para três semanas.
O sindicato foi comunicado pela empresa na última sexta-feira (8). A medida inclui a unidade da montadora e as 18 sistemistas. No total, o complexo da GM tem cerca de 5 mil trabalhadores.
A montadora já foi procurada pela coluna sobre a falta de peças em outro momento. Na ocasião, disse que não comentaria o assunto.
A Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) vem avisando há semanas da possibilidade de paralisação por falta de peças. Em dezembro, chegou a usar a expressão “risco imediato”. A entidade citou problemas de abastecimento em insumos como aço, borracha, pneus e materiais plásticos. No entanto, a coluna já ouviu relatos de problemas para a importação de componentes de alta tecnologia fabricados na China.
A falta de insumos vem sendo abordada pela coluna desde a metade do ano passado, quando a construção civil começou a sentir os efeitos primeiro do que os demais setores. Um descompasso entre retorno da demanda e produção pelas indústrias provocou essa lacuna, o que, por sua vez, leva à alta de preços.
Aliás, o aumento chegou já aos veículos. Nas últimas pesquisas de inflação para o consumidor de Porto Alegre, o aumento no preço dos carros novos aparece entre as principais pressões de alta no cálculo, junto com a conta de luz e alguns alimentos.