O preço de imóveis anunciados para aluguel em Porto Alegre fechou 2020 com uma alta nominal de apenas 1,27%, segundo o Índice FipeZap de Locação Residencial. O ajuste ficou, portanto, bem abaixo da inflação para o consumidor de 4,52%. O segmento é bastante afetado pela queda na demanda, acentuada durante a pandemia, quando famílias tiveram a renda afetada ou, ainda, resolveram adiar planos devido às incertezas econômicas.
A diferença é ainda maior se essa alta for comparada com o IGP-M, usado para o reajuste dos aluguéis que estão em andamento. Em 2020, o indexador fechou acima de 23%. Agora, mas primeiras prévias de 2021, já passou de 25% novamente no acumulado de 12 meses. O indicador é puxado pela alta do dólar e pela falta insumos, essencialmente, que pressionam os preços no atacado e na construção civil.
A elevação gerou uma onda de negociações, aumento da inadimplência e, em vários casos, o chamado distrato, quando o contrato é rompido e o inquilino desiste do aluguel. Em vários casos, ele parte para a compra de um imóveis, considerando o juro reduzido dos financiamentos atualmente. Veja os relatos dos leitoras sobre a busca por renegociação do aluguel:
E não atingiu apenas a locação residencial, mas também a comercial. No caso de empresas, tem sido até mais recorrente o uso de ações judiciais para trocar o índice usado para o reajuste. Lojistas de alguns shoppings que não estão dispostos a negociar o aumento do aluguel têm buscado decisões na Justiça sobre o assunto. E já está se formando jurisprudência neste sentido, apesar do que está definido em contrato.
Um lojista que aluga um espaço no Shopping Morumbi, zona sul de São Paulo, conseguiu liminar que muda do IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna), semelhante ao IGP-M, para o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), medido pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). O contrato seria reajustado em 23%. Com a decisão, subirá 5%. A Justiça entendeu que a crise exige o reequilíbrio das relações contratuais. O shopping é da Multiplan, administradora que tem empreendimentos por todo o país, inclusive no Rio Grande do Sul.
Mas, voltando ao aluguel residencial novo, o levantamento da Fipe apontou que o preço médio do metro quadrado ficou em R$ 24,81 no fechamento de 2020. O indicador considerou quase 26 mil anúncios de imóveis. Confira os bairros mais caros e mais baratos na capital gaúcha:
Bairros mais caros:
Jardim Europa R$ 50,33
Três Figueiras R$ 47,66
Praia de Belas R$ 44,31
Vila Jardim R$ 36,44
Moinhos de Vento R$ 34,86
Bairros mais baratos:
Campo Novo R$ 11,79
Restinga R$ 11,91
Rubem Berta R$ 13,89
Jardim Leopoldina R$ 14,58
Vila Assunção R$ 14,92
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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