A inflação usada para reajustar contratos que vão do aluguel até contas de luz atrasadas fechou 2020 acumulada em 23,14%. É o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getúlio Vargas. O indicador até recuou em dezembro, mas não foi suficiente para dar uma boa folga no impacto do ano.
Para o leitor, acredito que ele demonstre ainda mais a sensação que se tem ao fazer compras no supermercado ou reformar a casa. Ela não tem os serviços que amenizam o impacto dos preços gerais nos índices de preços ao consumidor, que monitoram os preços finais da cadeia econômica.
O indicador é calculado a partir dos preços no atacado, na construção civil e, inclusive, para o consumidor. A falta de insumos e alta do dólar foram os vilões do indicador. O câmbio até arrefeceu um pouco, mas ainda tem pressões de alta. Já a escassez de matéria-prima deve continuar, ao menos nos primeiros meses de 2021. Ainda não consegue se cravar quando ocorrerá o ajuste da oferta com a demanda nas indústrias.
Enquanto isso, o IGP-M está aí pressionando boletos e, depois disso, retroalimentando a própria inflação. A dica, portanto, é seguir negociando. Para quem define o reajuste, é preciso ter em mente que 20% de alta é muito em uma dívida. Ainda mais, em tempos de crise e incertezas. Já para quem paga a conta, o ideal é provocar a renegociação antes de ser aplicado o reajuste. Fica mais fácil, com certeza.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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