Mesmo que o Banco Central não reduza a Selic há duas reuniões, os juros aos consumidores e empresas seguem em queda. Há uma defasagem tradicional no repasse da redução da taxa referência da economia, mas a Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac) observa ainda dois motivos: intenção das instituições de reduzir o peso da inadimplência e também a busca pelo consumidor para renegociar taxas acordadas em tempos de juro alto.
E é neste segundo ponto que a coluna quer se deter. Não espere sentado que o banco ou outro credor lhe procure e pergunte: "vamos reduzir seu juro para sua dívida ficar menor?" Isso não acontecerá. E, se ocorrer, me avise porque seria tão fora da curva que quero destacar no noticiário.
Procure o banco, peça redução do juro. Há contratos fechados em tempos de Selic acima de 20%. Agora, ela está em 2%. O custo de captação do dinheiro pelo banco para que ele empreste a você caiu. Portanto, nada mais justo - e saudável para toda a economia - que isso seja repassado ao consumidor.
A coluna já recebeu relatos de economia mensal de R$ 800 porque o juro foi reduzido pelo banco. E, se ele não topar, busque condições melhores em outras instituições financeiras. É capaz de, quando seu banco perceber que você deu início à portabilidade do crédito, ele resolva negociar, finalmente.
Ou seja, parte da redução do juro é culpa sua. Pode ser ainda mais, se você renegociar e se pesquisar bem na hora de tomar um empréstimo novo, estimulando a concorrência. Agora, caso ele não caia tudo que pode, também é culpa, em parte, de um comodismo do consumidor. Lembre-se de um dos mantras de educação financeira da coluna: ganhar dinheiro dá trabalho, não gastar também dá. Mas vale a pena.
Em tempo, o juro que mais cai é o do financiamento de carros. Já a menor redução é no rotativo do cartão de crédito, que, aliás, tem a taxa mais alta do mercado.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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