Depois de cinco meses de crescimento, a economia gaúcha conseguiu voltar ao patamar pré-pandemia. Em setembro, o Índice de Atividade Econômica Regional (IBCRRS), calculado pelo Banco Central, avançou 1,06% sobre agosto, com ajuste sazonal. Com isso, passou para 140,98 pontos, acima do patamar de fevereiro, de 139,55 pontos.
Naquele mês, as indústrias gaúchas produziram 4,5% mais também retomando o patamar anterior ao coronavírus, o varejo vendeu 1,1% mais sem contar material de construção em boa fase e o setor de serviços avançou 4%. Chamado de prévia do PIB mesmo com uma diferença na metodologia, o indicador considera ainda agropecuária e impostos para o cálculo.
O resultado é importante e deve ser comemorado, mas por que não quer dizer que está tudo bem? Porque, mesmo sem covid-19, o patamar da economia gaúcha estava baixo início do ano com o impacto da estiagem. Por mais que a agropecuária seja o setor que menos pesa diretamente no PIB do Rio Grande do Sul, é motor dos demais e responsável por economias praticamente inteiras em alguns municípios do Interior.
Inclusive, o economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA), Oscar Frank, observa que o Rio Grande do Sul ainda tem os piores resultados acumulados do país. No ano, a queda é de 7% em relação ao mesmo período do ano passado. Em 12 meses, o recuo é de 5,3%.
- Em fevereiro, tínhamos uma base bastante deprimida, onde os efeitos da estiagem já estavam se materializado sobre a nossa economia. Ou seja, não se trata de uma volta à normalidade. Por isso, precisamos interpretar o resultado com muita cautela - analisa Frank.
Na comparação com setembro de 2019, o indicador fica praticamente estável. No fechamento do terceiro trimestre, a economia gaúcha cresceu 7,9% sobre o segundo trimestre, que foi o período de maior impacto da pandemia. O pior tombo ocorreu em abril.
E, para fechar, é importante lembrar que a economia gaúcha, assim como a brasileira, ainda não tinha se recuperado da maior recessão da história ocorrida em 2015 e 2016. No meio do caminho, ainda enfrentou a greve dos caminhoneiros, em 2018, que deixou marcas fortes no setor de serviços.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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