Aumentou o endividamento e a inadimplência das famílias em Porto Alegre. O resultado aparece na pesquisa mensal da Federação do Comércio de Bens e Serviços do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), conforme dados antecipados para a coluna. Em agosto, 65% dos entrevistados relataram ter dívidas. Ao mesmo tempo, 28,4% disseram estar com contas em atraso, o que leva a uma estimativa de quase 153 mil pessoas inadimplentes na Capital.
Sempre é importante observar o que chamamos de qualidade da dívida. Conforme a pesquisa da entidade, o cartão de crédito lidera o ranking, citado por 85,2% das pessoas. Não é ruim usar o cartão, desde que o consumidor não atrase o pagamento da fatura e entre no rotativo, que tem o juro mais alto do mercado. Em segundo lugar, aparecem os carnês de loja (36,6%), seguidos por financiamento de carro (17,4%).
Segundo a entidade, o aumento recente do endividamento sinaliza a importância do crédito para as famílias passarem por esse momento. Apesar disso, a parcela de entrevistados que se consideram muito endividadas ficou em 11,2%, se mantendo consideravelmente abaixo do registrado em em agosto de 2019 (18%).
Mas um alerta importante da Fecomércio-RS é que o endividamento e a inadimplência são maiores entre as famílias de renda mais baixa. No caso da pesquisa, os entrevistados com renda de até 10 salários mínimos chegam a puxar o indicador geral entre os gaúchos. Os dados de endividamento refletem a contração do consumo com a pandemia e da inadimplência mostram que parte importante das famílias com renda menor enfrenta dificuldades para pagar as contas.
- Mesmo que o auxílio emergencial venha desempenhando um papel muito importante de suporte à manutenção do consumo, sobretudo de gêneros alimentícios, para as famílias mais afetadas pela pandemia, muitas já estavam endividadas. Com um orçamento apertado, mesmo com o benefício, famílias nessa situação ficaram sem condições de fazer frente às dívidas contraídas anteriormente e não tem possibilidade de conseguir novo crédito. Somente com a melhora do quadro do mercado de trabalho poderemos reverter essa situação de maneira estrutural - comenta o presidente da entidade, Luiz Carlos Bohn.
Relembre o alerta da coluna ainda em agosto: Quais são as ameaças do momento ao seu bolso
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Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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