Apesar da pandemia, a Quero-Quero mantém seu plano recente de abrir mais 50 - ou até 52 - lojas em 2020. No segundo trimestre, a rede de varejo com sede em Cachoeirinha, na região metropolitana de Porto Alegre, abriu nove pontos de venda. Nos últimos 12 meses, foram 44 operações inauguradas. A empresa busca sempre cidades pequenas, com menos de 100 mil habitantes. É o varejo de interior, de comunidade.
Os números foram colocados na primeira teleconferência com investidores após a Quero-Quero ter feito o IPO, que é quando a companhia vende ações pela primeira vez na bolsa de valores. Com 362 lojas, o CEO, Peter Furukawa, mostrou, como sempre, bastante domínio dos números da empresa no detalhe e também o seu peculiar "sangue no olho".
Apresentou os quatro pilares da rede de lojas, que vende de eletrodomésticos a materiais de construção, além da aposta forte no braço financeiro. O primeiro é "ganhar mercado":
- Crescer somente com o mercado não é suficiente para o que almejamos. Está no nosso sangue, no nosso DNA. Não só com novas lojas, mas transformando elas também. Foco ainda em manter excelência em crédito e cobrança.
O outro ponto é "excelência em crédito e cobrança", até restringindo a concessão de crédito na fase crítica da pandemia. Depois, "fazer mais com menos" e a "cultura do alto desempenho".
- Não tiramos um centavo do investimento em formação de gerentes de loja. Começamos nosso programa de trainee para trazer os melhores do mercado, formandos nos seus cursos para um crescimento rápido na empresa.
A varejista reportou lucro líquido de R$ 4,4 milhões no segundo trimestre. A cifra representa um salto de 228,4% sobre o mesmo período do ano passado, quando lucrou R$ 1,4 milhão. As vendas pelo critério de mesmas lojas (aquelas em operação há, pelo menos, 12 meses) cresceram 7,2%. O EBIDTA ajustado somou R$ 25,8 milhões e foi 38,1% maior que o do mesmo período de 2019.
Veja os pilares:
A estreia na bolsa
A rede de varejo gaúcha Quero-Quero fez sua estreia na bolsa de valores de São Paulo, a B3. Ainda no último dia 7, movimentando R$ 2,2 bilhões. No IPO, a ação foi vendida a R$ 12,65, no centro da faixa indicada de preços. A oferta secundária movimentou R$ 1,95 bilhão e o fundo internacional de investimentos Advent deixou o controle da empresa, assumido em 2008. Aliás, o controle da empresa agora ficou pulverizado, com a Quero-Quero tornando-se uma corporação:
- A Quero-Quero entrar na bolsa como uma corporação, 95% das ações pulverizadas, mostra como o mercado de ações brasileiro está em um momento de forte migração de recursos de investidores para renda variável. Companhia captou recursos para expansão de atividades, notadamente para abertura de lojas no interior de São Paulo, e precisará entregar crescimento e rentabilidade nos próximos anos. É ótimo para o Rio Grande do Sul ter mais uma empresa de capital aberto - diz o analista de mercado Wagner Salaverry, sócio da gestora de fundos Quantitas Asset, de Porto Alegre.
Na oferta primária, foram R$ 280 milhões e o dinheiro irá para o caixa da empresa, que pretende usá-lo para abrir e reformar lojas, investir em centros de distribuição e até mesmo para capital de giro.
Expansão física
A Quero-Quero já tem mais de 350 lojas e projeta chegar a 600, também está construindo centros de distribuição para sustentar a ampliação dos pontos de venda. A empresa tem sede em Cachoeirinha, na região metropolitana de Porto Alegre, e era, até o IPO, controlada pelo fundo de investimentos Advent, que também comprou a operação brasileira do Walmart transformando a holding em Grupo BIG.
Relembre Live de GaúchaZH feita com o CEO da companhia, Peter Furukawa, ainda em abril:
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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