Tanto a indústria quando o varejo do Rio Grande do Sul tiveram crescimentos de dois dígitos em maio sobre abril. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (8) e, nos dois casos, o Estado se saiu melhor do que a média nacional, assim como também tinha registrado quedas mais intensas nos meses anteriores. Outra ponderação necessária é que o avanço é em cima de uma base bastante fraca, de desempenhos fortemente afetados pela pandemia do coronavírus. A interpretação mais positiva é de que é possível apostar em uma boa capacidade de reação dos negócios, quando a doença assim o permitir.
As fábricas gaúchas aumentaram a produção em 13,3%, contra +7% no país. São pesquisados 232 produtos e o destaque foi para a retomada no segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias, que tinham também puxado o indicador para baixo nos meses anteriores. Além disso, pesam bastante na matriz produtiva do Rio Grande do Sul. Ainda assim, em relação a maior do ano passado, a produção está 27,3% menor, mantendo negativo também o acumulado de 12 meses (-7,7%).
E o varejo teve um crescimento maior ainda nas vendas, lembrando que foi Dia das Mães, uma das principais datas de vendas do setor. Sobre abril, maio trouxe um avanço de 17,7% na comercialização das lojas gaúchas, maior que os 13,9% da média nacional. Quando entra material de construção e venda de veículos, o indicador de varejo ampliado, a alta foi de 27,9% no Rio Grande do Sul, acima dos 19,6% do país. Em relação a maio do ano passado, o varejo restrito teve queda de 3,1%. Já o ampliado, caiu 8,4%. Ainda comparando, com 2019, ou seja, com um período sem pandemia, algumas lojas se destacam por conseguirem aumentar as vendas: supermercados, confecções, móveis, eletrodomésticos e material de construção.
Para fechar a leva de divulgações mensais do IBGE, ainda falta o desempenho do setor de serviços do Rio Grande do Sul, o que mais pesa no PIB. Ele inclui hotéis e restaurantes, que sentem bastante a pandemia nos negócios.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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