Após receber a autorização da Justiça para o processo de recuperação judicial, a RR Shoes está abrindo cem empregos. Desde o início da pandemia, a dona da marca de calçados Via Uno precisou encerrar as atividades na unidade produtiva de Teutônia e reduzir o quadro de funcionários nas unidades de Santo Antônio da Patrulha e Caraá. Com isso, foram demitidos cerca de 800 funcionários. Neste momento, a empresa possui uma equipe de 379 pessoas, que se dividem em duas unidades produtivas.
As contratações dos novos funcionários ocorrerão até 10 de agosto. Eles trabalharão na fábrica de Santo Antônio da Patrulha. No site da companhia, há espaço para cadastro de currículo no link Trabalhe Conosco. Não foram divulgadas as vagas específicas ou a faixa salarial. O aumento do quadro faz parte da retomada dos negócios e do compromisso do CEO da RR Shoes, Ramon Rabelo, em seguir a operação.
- Os números mostram que a retomada é factível, mesmo sendo a indústria calçadista um dos setores mais afetados pela pandemia. Passo a passo, a economia deve voltar a andar, mesmo que em ritmo um pouco mais lento - projeta o executivo, que acredita que a empresa possa voltar a empregar 500 pessoas.
A dívida da empresa é de R$ 40,4 milhões. Segundo a RR Shoes, o pedido de recuperação judicial, que foi noticiado pela coluna no início de julho, foi motivado pelo agravamento da crise com a pandemia do coronavírus.
- Vínhamos com um ótimo desempenho até surgir a pandemia, que afetou em cheio o nosso segmento. Mas seguiremos a operação com normalidade e com a convicção de que vamos superar esse obstáculo.
A marca
A marca Via Uno foi comprada pela RR Shoes em 2015 por meio de um leilão, pagando na época R$ 6 milhões. A antiga dona tinha ido à falência e a compradora já fabricava calçados da marca.
Recuperação judicial
Lembrando que a recuperação judicial substituiu a antiga concordata. Tem por objetivo dar um fôlego para a empresa negociar dívidas e manter a operação, suspendendo temporariamente cobranças e evitando a falência. Pelo rito processual, a empresa solicita autorização da Justiça. Após deferido o pedido, a companhia tem um prazo para apresentar um plano de recuperação judicial, que precisa ser aprovado pelos credores para então ser executado.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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