Os dados do Rio Grande do Sul sobre a constituição e extinção de empresas no primeiro semestre de 2020, em um primeiro momento, surpreendem. A criação de negócios caiu apenas 8,73% apesar de todo o prejuízo provocado pelo coronavírus na economia, desmanchando expectativas para o ano. Ao mesmo tempo, o fechamento de empresas também caiu nas estatísticas da Junta Comercial, Industrial e de Serviços do Rio Grande do Sul (JucisRS), o que é um contra-senso no meio da crise sem precedentes.
De janeiro a junho, foram criadas 84.652 empresas. No mesmo período do ano passado, houve o registro de 92.747. Novamente, o destaque vai para a formalização de microempreendedores individuais. O Rio Grande do Sul ganhou quase 69 mil novos MEI, como são chamados. Houve uma desaceleração em março e abril, mas depois o número de registros dos microempresários voltou a subir.
Por outro lado, a extinção de empresas caiu 11,98%. Foram 32.709 empresas fechadas. No entanto, os dados da Junta consideram a regularização do encerramento dos negócios. E a ponderação é importante porque muitas empresas são "abandonadas" pelos empresários, sem dar a baixa nos registros.
- A queda na extinção tem mais relação com a dificuldade de juntar documentos e também com os gastos para fazer o procedimento. Se o empresário já gastou tentando manter-se em atividade, falta recurso para fazer a extinção regular - analisa o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis do Rio Grande do Sul (Sescon-RS), Célio Levandovski.
Ainda há o empreendedor que fica na expectativa de que surja uma saída para não encerrar o negócio. Com isso, adia a formalização de que a empresa está fechada. Neste momento, a esperança é, claro, vencermos a pandemia.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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