Resgatar a atmosfera do interior, apostar no comércio de bairro, dar a sensação do tradicional "bolicho" foram os objetivos dos empresários Gabriel Drumond de Moraes e Arthur Bolacell quando abriram o primeiro Mercado Brasco em 2012. Na capa do site da empresa, já diz:
"Somos jovens, mas gostaríamos de resgatar os bons e velhos costumes interioranos."
Eles ainda estudavam administração na faculdade e agora preparam a terceira unidade. Será o Espaço Brasco e ficará em um local conhecido de Porto Alegre: a esquina que era ocupada pela locadora Espaço Vídeo, no bairro Bom Fim. As outras unidades são na Rua Florêncio Ygartua, no bairro Moinhos de Vento, e no shopping Viva Open Mall. Se tudo correr dentro do previsto na obra, a ideia é inaugurar ainda no primeiro semestre de 2020.
— Não queremos que o Brasco seja grande, queremos que seja vários pequenos mercados —diz Drumond.
O objetivo é transformar os 400 metros quadrados da loja do Bom Fim em ponto de encontro. O Mercado Brasco fez mais de 60 entrevistas com moradores para saber das necessidades do bairro. No local, além do mercado, haverá o Café Brasco e a operação de três marcas parceiras: Oak's Burritos, com comida mexicana; Freddo Gelateria, com sorvetes artesanais; e Doralice, com comida fresca e saudável. A escolha do nome Espaço Brasco faz referência à antiga locadora. A Espaço Vídeo foi fechada há dois anos.
— Mesmo que estejam conectadas pela tecnologia, na vida real as pessoas andam cada vez mais afastadas e distantes. Nosso objetivo é aproximá-las novamente para que vivam o bairro de verdade — diz Bolacell.
Práticas sustentáveis estão no cotidiano do planejamento do Brasco. Recentemente, instalaram uma estrutura semelhante a uma geladeira, onde os clientes "colhem" as hortaliças. Outra medida é que, se o cliente leva a embalagem, recebe descontos significativos.
— No ano passado, metade do suco de laranja que vendemos foi em garrafas retornáveis - conta Drumond.
E o desconto é maior do que o custo da embalagem em si. A ideia é mesmo promover um consumo consciente.
A coluna poderia listar várias outras peculiaridades do negócio do Brasco. No entanto, destaca o fato de não vender carne da JBS, o que foi destaque na época da delação premiada, já que a empresa não se encaixa com o propósito do mercado, diz Drumond. Além disso, também dá forte preferência para fornecedores locais.
— Tanto que pouco sentimos a greve dos caminhoneiros em 2018. Temos uma relação muito próxima com nossos fornecedores, que são, na maioria dos casos, locais.
Confira a entrevista com Gabriel Drumond para o programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha). Ouça aqui:
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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