Os meses já sinalizavam que o fechamento de 2019 traria um número alto da falências decretadas no Rio Grande do Sul. Pois o balanço da Serasa Experian trouxe um aumento de 85% nas quebras de empresas no ano passado. Foram 157 casos contra 85 de 2018.
Apesar de a economia não estar mais em recessão, que foi a mais longa da história do país, a crise se arrasta. A tão esperada retomada está demorando mais do que o previsto. Empresas passam por forte ajuste no caixa, mas muitas perdem o fôlego e acabam indo à falência. Chega a ser identificado até um aumento nos pedidos de autofalência, quando a própria companhia, e não os credores ou a Justiça, que solicitam a quebra.
Por outro lado, o número de pedidos de falência caiu bastante, ou seja, quando a quebra da empresa é solicitada, seja pelo próprio dono ou por credores, mas ainda não foi reconhecida judicialmente para dar o andamento ao processo falimentar. Foram, então, 23 pedidos em 2019 contra 91 no ano anterior. Não assegura, mas sinaliza que tenhamos em 2020 um número menor de falências efetivamente decretadas pela Justiça.
Recuperação judicial
Outro alento é que o número de pedidos de recuperações judiciais por parte das empresas caiu 43% no Rio Grande do Sul. A queda é um bom sinal, mas ainda assim foram 80 solicitações ao longo de todo o ano, contra 140 de 2018.
A recuperação judicial substituiu a antiga concordata na legislação brasileira. É um mecanismo usado pelas empresas para conseguir colocar as finanças em ordem e retomar a operação, evitando uma eventual falência. A Justiça determina, por exemplo, suspensão de cobranças e impede o corte de serviços básicos, como o fornecimento de energia elétrica.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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