Depois que a coluna Acerto de Contas noticiou, na manhã desta sexta-feira (8), que um golpe no WhatsApp está usando a marca da Tramontina para atrair vítimas, leitores mandaram exemplos de outras empresas que também estão sendo usadas para esse tipo de crime. Aliás, os textos das mensagens compartilhadas são tão parecidos que parecem que são feitos pelos mesmos golpistas.
No caso da Melissa, que a coluna já tinha sido na publicação anterior, o golpe fala dos 40 anos da marca e promete 1,5 mil pares de calçados grátis. E ainda coloca a expressão "Um mais lindo do outro". Clicando no link que é enviado junto, são feitas várias perguntas e orienta que o usuário encaminhe a mensagem para 15 contatos via WhatsApp.
O texto, reparem, é mesmo muito parecido com o do caso da Adidas. A mensagem diz que, em comemoração aos 95 anos da empresa, 3 mil calçados e 1,8 mil camisetas serão distribuídos gratuitamente, através da campanha do link.
O golpe que usa a marca do Boticário também cita o aniversário da empresa, mas sequer indica quantos anos. Ele já circula, pelo menos, desde o ano passado. Além disso, não diz quantos perfumes serão distribuídos. O esquema de clicar no link é o mesmo dos outros.
A coluna entrou em contato com as empresas. A Grendene, empresa dona da marca Melissa, disse que é falsa a campanha que circula nas redes sociais e aplicativos de mensagens, envolvendo a marca:
"A companhia reforça que quaisquer promoções são divulgadas por meio dos canais oficiais de suas marcas", diz a nota.
Falamos também com o atendimento ao consumidor da Adidas. Prontamente, o funcionário avisou que a mensagem é falsa e que a empresa desconhece a promoção.
A coluna também falou com atendimento ao consumidor do Boticário pela internet. O funcionário respondeu que, "em hipótese alguma, o Grupo Boticário realiza distribuição de perfumes regulares e também não é realizado campanha através de corrente via WhatsApp". Ele também informou que todas as promoções do grupo têm site próprio onde o consumidor deve se cadastrar.
Atenção
Essas mensagens sinalizam ser o chamado "phishing", golpes usados para pegar dados dos usuários e que ganham maior proporção exatamente em época de Black Friday, quando são mais compartilhados. Os links funcionam pelo celular e não pelo computador tradicional, conforme testou a coluna.
A melhor forma de se prevenir é desconfiar, como já dizia o ditado, quando a esmola é demais. Não tem almoço grátis e nem panelas da Tramontina. Há sites da internet onde é possível testar se determinados links são confiáveis, mas o mais aconselhável é entrar em contato pelos canais oficiais das empresas citadas nas mensagens.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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